Total de visualizações de página

2 de set. de 2010

O FOGO NO NOSSO PATRIMÔNIO NATURAL E A VALORAÇÃO AMBIENTAL


Com as notícias diárias vistas em diversos “sites” na “internet” (nalguns dos “links” constantes neste “blog”) (Pôxa! Quanto anglicismo!!!), fui rever alguns dados disponíveis sobre a questão da valoração ambiental. Vejamos inicialmente o que é dito no Glossário de Ecologia e Ciências Ambientais, do autor deste “ecologiaemfoco”, sobre:
VALORAÇÃO AMBIENTAL
Trata-se, em economia ambiental, da atribuição de um valor econômico a um recurso ambiental. Parte-se do princípio de que todo recurso natural tem um valor intrínseco que lhe é atribuído pelo ser humano, na expectativa de que tal recurso contribua para o bem estar social. Na verdade, segundo afirma ORTIZ (2003), esse “valor” atribuído a um recurso natural qualquer reflete as “preferências das pessoas”. Assim sendo, são também incluídos nessa valoração os valores morais e éticos. Entre os diversos valores econômicos de recursos ambientais, citam-se como exemplos: valor de uso direto: aquele que deriva da utilização ou consumo direto do recurso (ex.: recursos hídricos); valor de uso indireto: aquele advindo das funções ecológicas do recurso ambiental ou derivado de uso ex-situ ao ambiente do recurso em consideração (ex.: qualidade da água, ar puro, conservação do solo, preservação de água subterrânea...); valor de opção: refere-se à quantia que as pessoas numa sociedade estariam dispostas a pagar para manter o recurso ambiental para uso futuro (ex.: manutenção de água em aquífero); valor de existência ou de não uso: implica em manter certo recurso sem usá-lo, guardando-o para o futuro (ex.: reserva florestal).
Os valores de uso indireto, acima mencionados, configuram-se em:
SERVIÇOS AMBIENTAIS
Atividades ou funções executadas pela Natureza e que têm sido vistas recentemente, como de benefícios imprescindíveis à vida e que podem ser submetidas a avaliações econômicas. Como sejam: o ar que todos respiram, a regulação hídrica (o ciclo da água), o ciclo de nutrientes, produção de alimentos, recursos genéticos (e recursos naturais em geral), regulação da temperatura atmosférica e das águas, absorção e degradação natural de poluentes gerados pela humanidade etc. Este é um dos importantes aspectos tratados em economia ambiental ou da Natureza. A valoração ou estimativa econômica desses “serviços” pode ser vista em ODUM (1996), que denominou esta área de estudo como contabilidade ambiental.

No Quadro acima são destacadas as quatro categorias de serviços ambientais que influenciam na manutenção dos ecossistemas e na economia de uma região (poderia ser uma Unidade de Conservação)(reproduzido de documento da FAO, 2007).

Em estudo feito sobre a “Valoração Ambiental como Ferramenta de Gestão em Unidade de Conservação”, os pesquisadores Ana Lucia CANPHORA e Peter Herman MAY (MEGADIVERSIDADE | Volume 2 | Nº 1-2 | Dezembro 2006) divulgaram os seguintes resultados de estudo realizado por MILKHAILOVA & BARBOSA (citados por eles), com turistas, no Parque Estadual Rio Doce (36.000 ha; o maior remanescente de Mata Atlântica de Minas Gerais):
DAP-Disposição a Pagar,pelos turistas, por SERVIÇOS REGULADORES [a coluna do meio, no Quadro 1] = U$261 mil/ano e por SERVIÇOS RECREATIVOS - TURISMO E LAZER [a coluna da direita, no Quadro 1] = U$938 mil/ano.
Portanto, a percepção do ser humano pela importância que exerce os ecossistemas na qualidade de vida ambiental (incluindo a própria sociedade humana, é claro!), é ÍNFIMA.
Os dados divulgados pelo INPE (ver “link” neste “blog”) de que em agosto/2010 foram registrados 26.968 focos de incêndio, um aumento de 260% em relação a agosto/2009, não parece que causarão muita comoção entre nosso povo!!!
Dados recentes, divulgados sobre as queimadas: 1) O Ibama aplicou em um só dia R$ 14,5 milhões em multas no município de Extrema (a 340 km de Porto Velho) por causa de queimadas [multas aplicadas pelo Ibama, em área de pastagem R$1.000,00 por ha e em área de conservação R$5.000,00]. 2) As queimadas autorizadas, não podem ser feitas quando a umidade estiver abaixo de 20% [estima-se que o ar seco se prolongará até no mínimo setembro/2010]. 3) Uma estimativa do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) mostra que os incêndios já consumiram cerca de 500 mil ha (= 5.000 km2) de vegetação de reservas e que no Parque Nacional das Emas (sudoeste de Goiás) o fogo destruiu 80% dos seus 136 mil ha.
Finalizando, estima-se que seria necessário INVESTIR APENAS U$4 bilhões por ano na conservação de ampla rede mundial de áreas protegidas. Eu destaquei o APENAS, por que: 1) Orçamento do Depto. de Defesa dos Estados Unidos em 2010: U$636 bilhões. 2) Custo da corrupção no Brasil: U$23 bilhões anuais (= R$41,5 bilhões de nossos reais. 3) Custo do nosso Congresso Nacional (Senado e Câmara Federal): R$6,1 bilhões (exatamente a mesma quantia destinada ao Ministério da Ciência e Tecnologia).
E vamos nós “repetir a dose” neste “novo” governo que se aproxima!!!

Nenhum comentário: