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9 de jan. de 2011

UM PEQUENO EXEMPLO DA CONVIVÊNCIA DO SER HUMANO COM O “EFEITO DE BORDA” NA MATA ATLÂNTICA

Num remanescente de Mata Atlântica situado no campus da UFPB – Universidade Federal da Paraíba, destacamos no vídeo aqui anexado, um exemplo das consequências negativas para as atividades nessa Universidade do efeito de borda, um fenômeno natural que ocorre muito comumente em ecossistemas de mata tropical.
A grande densidade de árvores, principalmente, que caracteriza um ecossistema de floresta tropical, como o de Mata Atlântica, é um fator de grande importância à sustentação dos componentes vegetais dessa mata. Sabemos que as árvores, embora tenham uma raiz principal de sustentação (raiz pivotante) e muitas outras raízes secundárias que reforçam sua sustentação, há um sem número de raízes que se concentram na superfície (nos 10 cm superiores do solo, aproximadamente), que participam ativamente da absorção de nutrientes que são liberados da abundante matéria orgânica concentrada em cerca de três camadas de deposição, que chamamos de necromassa. Sendo assim, é de grande importância à sustentação das próprias árvores, a manutenção da densidade de vegetação na Mata Atlântica.
Aproximar construções (prédios) da borda da mata passa a ser um risco, uma vez que há uma tendência, devido ao efeito de borda, de que ramos e folhas das árvores caiam com mais intensidade e frequência, devido às condições climáticas mais rigorosas nas bordas do que no interior da mata, como por exemplo, temperatura e radiação solar mais elevadas, mais ventos e menor umidade relativa do ar.
Este fato demandaria mais precauções nas construções feitas próximas à borda, como sejam: não efetuá-las muito próximas da borda, mantendo um aceiro de largura suficiente para evitar passagem de animais para os prédios sem serem visualizados, assim como evitar queda de ramos pesados que possam danificar o prédio; construção de um telhado adequado que evite que as folhas que caiam sobre ele se acumulem e causem problemas de infiltração durante as chuvas; e necessariamente, implantar um sistema de manutenção permanente de podas e remoção de partes caídas das árvores. É muito comum que nas bordas se desenvolvam exemplares de embaúba (Cecropia sp) ou árvore da preguiça, que é típica de mata secundária aqui nos trópicos e que geralmente têm uma vida não muito longa (uns 20 anos).
No vídeo são ilustradas algumas dessas características acima relatadas.

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