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28 de dez. de 2011

FECHEM SUAS JANELAS ÀS 5 HORAS DA TARDE TODO DIA: REVOADA DE CUPINS ALADOS





Duas espécies de cupins (ou térmitas) da madeira seca comumente encontradas na nossa Mata Atlântica, o Cryptotermis brevis e C. dudleyi, foram estudadas por Bandeira, A.G.; Silva, M.P.da e Vasconcellos,A. [Acta Biologica Leopoldinensia, v. 23, n. 2, 2001].

As revoadas (desses insetos) ocorreram durante nove meses, de outubro a maio nas colônias de C. brevis com um pico de novembro a dezembro. E nas colônias de C. dudleyi apresentaram um período de revoada de dezembro a junho com um pico de fevereiro a março. A primeira espécie mostrou-se ser 5,4 vezes mais eficiente para formar novas colônias do que a última.

Os autores sugeriram que a liberação de alados pelas colônias de ambas as espécies durante tais longos períodos do ano, fazem-nos ser uma provável peste de estruturas de madeira em áreas tropicais; como no campus da Universidade Federal da Paraíba, em João Pessoa, onde esse estudo foi realizado. Os autores reportaram Cryptotermis brevis como o pior destruidor de estruturas de madeira. No entanto, atribuir a uma espécie o status de peste é subjetivo porque “sem os seres humanos não haveria pestes”, como bem frisaram “Begon et al. (1990). Ecology: from individuals to ecosystems. London, Blackwell”.

É também importante notar que todos os voos de dispersão observados ocorreram entre 4h e 5h da tarde. Uma vez que eles (os cupins) se tornam menos visíveis aos predadores durante o crepúsculo, os autores interpretaram a mais intensa revoada naquele período do dia como uma estratégia de sobrevivência de ambas as espécies. Daí o título deste breve ensaio: uma advertência aos brasileiros que vivem na Paraíba (e “arredores”).

As fotos mostradas aqui ilustram a proliferação de térmitas no campus: (topo) sobre velhas carteiras descartadas indevidamente fora de um edifício, próximo à mata; (meio) alguns ninhos sobre uma árvore num estacionamento em frente a uma agência bancária; (embaixo) sobre um arbusto na mata. Os ninhos sobre a árvore no estacionamento sugerem que a árvore não esteja sadia (fora de seu habitat natural, a mata), e que uma ação preventiva de eliminação de tal foco de térmitas precise ser efetuada; assim como o foco de térmitas sobre a madeira compensada das velhas carteiras escolares.

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