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27 de jan. de 2012

AMAZONIA VIVA

Documento, em pdf, do WWF, sobre "Uma década de descobertas - 1999-2009" na Amazônia.
Entre as novas espécies estão 637 plantas, 257 peixes, 216 anfíbios, 55 répteis, 16 aves e 39 mamíferos. Além disso,foram descobertas milhares de novas espécies de invertebrados.
Para acessar o documento, clique em:
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26 de jan. de 2012

WWF Brasil - CIÊNCIA OU INTERESSES POLÍTICOS?!

Às vésperas de sediarmos a "Rio + 20" o povo brasileiro precisa mostrar ao mundo que interesses políticos NÃO podem prevalecer sobre resultados científicos. BASTA de calamidades ambientais e impunidade contra nosso maior patrimônio: a Natureza. O povo brasileiro não apoia as mutilações no Cógigo Florestal Brasileiro.
Que a nossa Presidente não nos decepcione!!!

Acessem o "link" abaixo, da "WWF - World Wide Fund For Nature" , e proteste!!!

WWF Brasil - “Vamos entupir o Planalto de cartas e e-mails”

23 de jan. de 2012

DOIS INSETOS “EXPLOSIVOS”

ESTRATÉGIAS DE SOBREVIVÊNCIA (III)

Breve narrativa sobre dois insetos que quando ameaçados ou até mesmo, irritados, explodem! Se não isso, no mínimo usam de mecanismos que os fazem imunes a ameaças.

O primeiro deles é o besouro-bombardeiro ou besouro-artilheiro. Vejamos o texto extraído da Wikipédia; e também da interessante obra de “Thomas Eisner (2005). For Love of Insects, Harvard University Press, 448p.” sobre esse inseto:
O termo besouro-bombardeiro (nome científico da espécie da ilustração: Stenaptinus insignis; espécie africana) é a designação comum a diversas espécies de besouros da família dos carabídeos. Também são conhecidos pelo nome de besouro-artilheiro. Esse inseto vive a maior parte do tempo escondendo-se entre raízes de árvores ou debaixo de pedras. Sendo um animal carnívoro, eles se alimentam de insetos de corpo mole.

Esta modesta criatura se defende de uma maneira bastante peculiar; seu corpo possui duas bolsas com substâncias químicas que explodem quando misturadas (peróxido de hidrogênio e hidroquinona), mas são benignas quando mantidas separadas. Assim, a primeira capacidade é que esse besouro possui duas bolsas distintas que mantêm as substâncias químicas separadas até que ele precise da reação química para protegê-lo.
Entretanto, uma outra capacidade se faz necessária para impedir que a explosão que ocorre fora do corpo do besouro atinja-o quando a corrente do produto químico explosivo irrompe para fora do corpo. Se essa corrente fosse contínua, o produto da mistura poderia prejudicá-lo; no entanto, o besouro expele sua corrente em pulsações gotejantes pequenas e contínuas. A pulsação também evita o superaquecimento durante as ejeções. Um superaquecimento também poderia causar desnaturação de proteínas. Para exercer controle sobre a quantidade de secreção expelida em cada descarga ele simplesmente controla a duração da compressão do reservatório. Em breves palavras: “a metralhadora do besouro-bombardeador atira balas líquidas de mesmo calibre”, numa taxa (velocidade e tempo) que ele próprio estabelece e numa quantidade que ele próprio controla.



O outro inseto “explosivo” é a formiga carpinteira (Camponotus spp). Quando a (formiga) operária está sob ataque e sabe que vai perder, ela “explode”. Comprime as paredes de seu abdômen tão rapidamente e com tanta força fazendo explodir o “saco com ácido” que existe em seu abdômen, expelindo toxina (ácido fórmico).
As ilustrações, reproduzidas do livro de Thomas Eisner, de um experimento, mostram que a formiga não reage quando é agarrada pelas costas; somente expele a toxina no momento que “morde um pedaço de borracha que é posto próximo de sua mandíbula”. Ou seja, o ácido fórmico que ela expele exerce ação eficiente somente no local do ferimento da presa (ou inimigo) que ela morde.

20 de jan. de 2012

PEIXE QUE MUDA DE SEXO, CONFORME A “CONVENIÊNCIA”



ESTRATÉGIAS DE SOBREVIVÊNCIA (II)

Não é bem... conforme a “conveniência”!. Mas sim, conforme a necessidade de sobrevivência!!! Esta é mais uma estratégia de sobrevivência, no reino animal.
[Reproduzido de New Scientist, 06/janeiro/2012]


Este peixe (Cirrhitichthys falco)(ver foto) tem por habitat as águas em torno da ilha Kuchino-Erabu, no sul do Japão. Em inglês esta espécie é conhecida como “hawkfish” (tradução literal: peixe-falcão). Pesquisadores da Universidade de Hiroshima observaram que esta espécie vive em recifes, estando o macho dominante no meio de um harém com várias fêmeas.

Quando o número de fêmeas excede aquele que o macho dominante “pode dar conta”, uma das fêmeas de maior tamanho transforma-se em macho e passa a agir como tal, “dando conta de metade do harém”. E se este “novo macho” por acaso perder fêmeas para um outro harém, “ele volta a ser ela”, ou seja, ao invés de perder energia competindo com o macho dominante, é melhor voltar ao sexo anterior. E volta, inclusive, a se reproduzir como fêmea. Este é um tipo de habilidade, digamos, de “mudança bidirecional de sexo” que maximiza o valor reprodutivo dessa espécie. É bem melhor do que desperdiçar energia (ou a vida) com uma possível batalha perdida, contra o macho dominante.
Em geral, segundo afirmam especialistas em peixes, as espécies hermafroditas estão geneticamente aparelhadas para favorecer a função de macho ou de fêmea (às vezes simultaneamente), mas esta espécie evoluiu no sentido de selecionar o sexo fundamentando-se no caráter comportamental. Geralmente se conhece gene afetando comportamento, mas neste caso é o contrário. Quando um macho é eliminado, uma fêmea pode tomar o seu lugar porque esta situação estimulou mudanças físicas na fêmea, que passará a produzir testosterona ao invés de estrogênio. A testosterona agirá sobre as células germinativas, precursoras das células reprodutivas. Em algumas espécies, os indivíduos transformados em fêmeas, estão aptos a desovar, em uma ou duas semanas.
Ecólogos afirmam que conheciam alguns peixes que podem trocar de sexo em ambas as direções; mas que ainda não tinham visto uma espécie cuja fêmea se transformasse em macho e que depois de voltar a ser fêmea fosse capaz de desovar, como ocorre com esta espécie (Cirrhitichthys falco) do Japão.

19 de jan. de 2012

"ROLA-BOSTA": UM BICHINHO BEM ORIENTADO!!!

ESTRATÉGIAS DE SOBREVIVÊNCIA (I)

Parece sem importância, mas é interessante observar como certos organismos adotam estratégias de sobrevivência. Começo esta "mini-série" com este aparentemente insignificante escaravelho, um coleóptero da grande família dos escarabeídeos (Scarabaeidae). Um tipo de besouro grande, conhecido desde os tempos em que um deles, o escaravelho sagrado (Scarabeus sacer) era adorado pelos antigos egípcios. Esses coleópteros são em geral, coprófagos, alimentam-se de excrementos (de mamíferos herbívoros). São, em ecologia, também conhecidos como "merdívoros" (leia-se assim mesmo; é termo de uso universal). Muitos excrementos são enriquecidos por fungos coprofílicos que fornecem nutrientes a quem deles se alimentam. Tudo isso pode ser visto no GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS. Esses coleópteros, encontrados em inúmeros habitats terrestres participam ativamente do processo de biogeociclagem.
Em experimento realizado na África do Sul, pesquisadores suecos da Universidade de Lund (New Scientist, 18/janeiro/2012)observaram que esse inseto, para evitar competição e ser objetivo em seu propósito, rola um pedaço tirado do monte de excremento, sempre em linha reta. Para isso, ele "dança sobre a bosta" veja aqui para observar a posição do sol, pelo qual se guia no seu trajeto. No experimento os pesquisadores simularam mudança da posição do sol, utilizando espelho e um corredor móvel, o que fez com que o "rola-bosta" desse uma paradinha sobre a bolota de excremento e mudasse sua direção.
Vejam no vídeo que ele após observar a posição por onde deve trafegar com sua carga alimentícia, ou seja, o melhor caminho a ser percorrido, põe-se de cabeça para baixo, apoiando as patas dianteiras no solo e com as patas traseiras vai rolando-a até nova parada para observação.
Ao alcançar o ninho (buraco escavado no solo) a fêmea põe os ovos sobre o excremento que servirá de alimento para as larvas, que se desenvolvem em pupas e depois adultos.

17 de jan. de 2012

POR QUE TANTAS MORTES??? O AUTOMÓVEL COMO INSTRUMENTO DE PODER

Nesta postagem reproduzo algumas observações de um competente profissional da antropologia brasileira, Roberto DaMatta sobre um comportamento dos “privilegiados de nossa sociedade”, proprietários de automóveis (estou aqui também, naturalmente, incluído). Trata-se de um assunto que diz respeito às lamentáveis perdas de vida humana numa de nossas maiores tragédias diárias: o trânsito (que é também, indubitavelmente, uma questão de meio ambiente). As mortes, por dia, são 160, segundo seguradora que administra o DPVAT, seguro obrigatório.
E neste pré-clima carnavalesco, em que o brasileiro pelo menos procura esquecer suas mazelas, eu particularmente, não consigo me "desligar", talvez porque não consigo aceitar o carnaval, nem tampouco aceitar calado essa calamidade brasileira. E é bom não esquecer, apesar do carnaval, que mais mortes acontecerão nesse período. Veja o que colhi numa de nossas revistas mensais sobre o brasileiro no trânsito:
Porque tantas mortes no trânsito brasileiro? Vejam quanta lucidez nesta análise do antropólogo Roberto DaMatta (revista Planeta nov/2011):
1) "Não temos educação, do ponto de vista da igualdade. Obedecer no Brasil significa subordinação e inferioridade. Quem é superior não obedece".
2) "A origem do comportamento individualista e violento do motorista deriva da formação cultural do Brasil, país com origem escravista que se tornou republicano privilegiando a aristocracia. O automóvel é visto e usado como instrumento de poder, dominação e divisão social".
3) "O brasileiro se considera aristocrático no trânsito quando é essencialmente transgressor: não obedece a lei, dirige embriagado, desrespeita os pedestres, tem esquemas próprios para transferir suas multas e, quando parado por um policial, tenta suborná-lo".
4) "Para o brasileiro, as incivilidades praticadas no trânsito são cometidas sempre pelos outros, nunca por ele. Daí a dificuldade em se criar a cultura da direção defensiva".
5) "Afinal, quem tem de se preocupar com prevenção é sempre o outro. É ele que tem de abrir caminho para o dono da rua".
6) "Fechar, xingar e ser agressivo no trânsito são apenas expressões do conceito do 'sabe com quem está falando'? e do 'jeitinho brasileiro', práticas comuns de um país que, apesar de ser República, nunca perdeu os privilégios aristrocráticos".
7) "A suposta aristocracia motorizada considera os transeuntes como obstáculos que atrapalham o trânsito".
8) "Os pedestres, por sua vez, também desrespeitam as leis e atravessam a rua com o sinal fechado ou fora das faixas (quando existem, acrescento eu; neste ponto falham as autoridades). Ambos desrespeitam as regras do sistema e criam, cada um à sua maneira, sua relação com a rua. O brasileiro não aprende em casa ou na escola a ver o outro como alguém que tem os mesmos direitos de usufruir o espaço que é de todos. Para nós é o contrário: o espaço de todos pertence a quem ocupá-lo primeiro, com mais agressividade". (Observação minha: aqui em João Pessoa vem funcionando razoavelmente bem a prioridade dos pedestres nas faixas apropriadas, quando existem; mas é impressionante a altivez e vagareza com que algumas pessoas atravessam a rua!!!).
E concluo eu: SE NOSSAS ESCOLAS FUNCIONASSEM (inclusive as auto-escolas)... ou seja, FORMASSEM CIDADÃOS... poderíamos começar a pensar em civilizar os adeptos do "jeitinho brasileiro". E reduzir as mortes no trânsito. Sem garantias, no entanto, durante o período do carnaval.
Desejo a todos os adeptos do carnaval, um período de paz e respeito à vida.

11 de jan. de 2012

PROGRAMA DE RISCOS DE DESMORONAMENTOS









“Landslide Hazards Program”. Esta é a denominação, em inglês, de um programa do governo dos Estados Unidos para monitorar as áreas de risco de desmoronamentos, deslizamentos e movimentos outros de terra. No site do “USGS ─ United States Geological Survey” [Levantamento Geológico dos Estados Unidos], que é www.usgs.gov, acessando esse programa, poderemos ver que lá essa situação é levada muito a sério. Principalmente porque esse fenômeno ocorre nos 50 Estados do território americano, causando entre U$1 e 2 bilhões em danos e uma média de 25 fatalidades, anualmente. Nos Estados Unidos os desmoronamentos ocorrem não somente em conexão com chuvas intensas, mas também em conexão com abalos sísmicos, vulcanismo e incêndios florestais.

O principal objetivo do Programa de Riscos de Desmoronamentos é reduzir em longo prazo, as perdas geradas por tais catástrofes, procurando melhorar a compreensão sobre as causas das falhas geológicas e sugerir estratégias de mitigação desse problema. Esse programa vem atuando desde meados dos anos de 1970, fundamentando os conhecimentos em pesquisas, respostas às emergências e desastres e gerando relatórios científicos e outras informações para a comunidade de geólogos, engenheiros componentes do governo, incluindo planejadores urbanos e tomadores de decisão de entidades governamentais, pesquisadores acadêmicos e para a iniciativa privada, e o público em geral [tudo isso especificado no referido site do USGS].
Em resumo: salvar vidas e economizar dólares é o propósito maior do Programa.

Principais perguntas feitas acerca de desmoronamentos e que esse Programa procura responder:
a) Onde e quando ocorrerão desmoronamentos?
b) Quais suas proporções?
c) Quão rápidos acontecerão e quão distantes eles se estenderão?
d) Que áreas eles afetarão ou danificarão?
e) Quão frequentes os desmoronamentos ocorrerão numa certa localidade?

Indicadores de desmoronamentos. Vejamos abaixo algumas indicações de que algo de errado está para acontecer em locais de risco de desmoronamento (segundo o Programa acima citado):
1. Olhos d’água, escoamentos ou solos saturados em áreas que normalmente não se apresentavam dessa maneira.
2. Novas rachaduras ou protuberâncias incomuns no terreno, ruas, passeios ou calçadas.
3. Solo se afastando de fundações.
4. Estruturas auxiliares como coberturas e pátios inclinando-se e/ou movendo-se em relação ao prédio ou casa principal.
5. Inclinação ou rachaduras de pisos de concreto e fundações.
6. Encanamentos e outros dispositivos subterrâneos quebrados (rompidos).
7. Postes/linhas telefônicas, árvores, muros ou cercas, inclinando-se.
8. Cerca em desalinhamento.
9. Leito de estrada afundando ou com deslocamento.
10. Rápido aumento dos níveis de água de riacho/córrego, possivelmente acompanhado pelo aumento de turbidez (conteúdo de solo).
11. Diminuição súbita de níveis de água de riacho/córrego, embora ainda esteja chovendo ou parou de chover recentemente.
12. Portas e janelas emperrando, espaços visíveis indicando forras e esquadrias fora do prumo.
13. Um fraco som que aumenta de volume é perceptível, conforme se aproxima o deslizamento de terra [talvez, tarde demais para se livrar de uma catástrofe].
14. Sons incomuns, tais como árvores estalando ou pedregulhos se batendo, podem indicar detritos em movimento.

Além de todos esses aspectos envolvidos no Programa, impressionou-me particularmente o monitoramento efetuado sistematicamente por geólogos, geofísicos, pedólogos... de áreas consideradas de alto risco. São feitas inúmeras medições de conteúdo e pressão/tensão de água no solo, porosidade/pressão nos poros e outros parâmetros físicos, em alguns locais até quase 3m de profundidade.

O QUE TEMOS QUE FAZER (?). É praticamente impossível na maioria das nossas cidades, nas quais invadimos os sopés de morros e margens de rios em busca de espaços para a expansão urbana, devolvermos tais ambientes à Natureza. A condição desejável poderia ser aquela mostrada em esquema ilustrativo, na postagem anterior deste blog. E em assim sendo, as cortinas atirantadas (ver imagem acima, a superior) e os solos grampeados são paliativos que nenhuma prefeitura se omitirá em construir, apesar de caros; contanto que o governo, usualmente o federal, lhe proporcione recursos para tais obras de engenharia, seguras, em sua maioria.


A outra foto acima sugere (a meu ver) duas alternativas de soluções para os rios assoreados, considerando que não temos uma política ambiental, nem tampouco educação ambiental objetiva, com resultados práticos positivos: 1) Presença permanente de máquinas desse tipo dragando os rios, principalmente aqueles com percursos urbanos/suburbanos; ou 2) “Habituarmo-nos” a ver tais máquinas nos períodos de pós-enchentes removendo escombros e cadáveres humanos!!!

5 de jan. de 2012

ECOLOGIA DA RESTAURAÇÃO. NOVAS TRAGÉDIAS: MAIS UM MOMENTO PARA LAMENTAÇÕES

ECOLOGIA DA RESTAURAÇÃO. Se há algo que realmente faça um ecólogo (ou uma ecóloga) sonhar, pelo menos aqui no Brasil, é ele (ou ela) imaginar que está participando de um projeto efetivo de restauração de um ambiente degradado. Principalmente um que, estando próximo a centro urbano, tenha sido continuamente castigado pelos maus tratos dos seres humanos. E quando todos pensarem que “está tudo perdido”, no final (do sonho) esse ambiente restaurado volte a ter estrutura e funções idênticas às anteriores às intervenções antrópicas! Afinal, muitos ambientes resistentes (a modificações) são também resilientes (ou seja, têm elasticidade, ou potencial para retornarem ao estado natural).

Existe uma sociedade internacional da restauração ecológica ("SER ─ Society for Ecological Restoration International"), sediada nos Estados Unidos, cujo site é:http://www.ser.org/. Acesse na página inicial desse site, numa coluna na esquerda, o “Restoration Project Showcase” e veja várias fotos de ambientes “antes” e “depois” de restaurados. Infelizmente essa Sociedade não me permitiu reproduzir as fotos dos ambientes restaurados.

"ECOLOGIA PREVENTIVA". E isso existe?! A importância de se restaurar ambientes degradados não se resume ao aspecto puramente paisagístico. Muitos brasileiros, principalmente os residentes em Santa Catarina e Rio de Janeiro, que escaparam das tragédias das enchentes e desmoronamentos (em 2008), assim como os atuais sobreviventes da tragédia repetida (agora, de dezembro/2011 para janeiro/2012), com maior força em Minas Gerais e novamente no Rio de Janeiro, assim como os sobreviventes daquelas enchentes acontecidas em Pernambuco e Alagoas (em 2010)... talvez suspeitem (mas nem todos) de que na maioria das vezes, nossas próprias ações de desmatamento da vegetação ribeirinha, de encostas e topos de morros causam assoreamento dos rios, que facilmente transbordam com poucas horas de chuvas contínuas, deixando para trás mortes e grandes perdas materiais.

Não seria difícil concluir que há muito tempo a maioria desses rios transbordantes deveria ter sido desassoreada e a vegetação de suas margens restaurada. Esta é a "ecologia preventiva". Observem os leitores que na foto abaixo o trecho do rio Jaguaribe,que corta vários bairros de João Pessoa, não tem quase nenhum fluxo de água; condição essa que se agrava durante o período chuvoso. Esse rio corta vários bairros de João Pessoa e vem sendo historicamente tratado com desprezo total pelas autoridades municipais. Alguns de seus trechos constituem-se em planícies de inundação, arrefecendo o impacto das enchentes. Tais locais devem permanecer com vegetação na margem e têm que ser desassoreados.



Observem o desenho ilustrativo abaixo (advertência: sou péssimo desenhista) de duas situações numa encosta de um morro. Na situação natural (parte superior da ilustração), predomina no declive da encosta uma vegetação arbustiva; e na parte plana (no final do declive) predominam árvores. A vegetação arbustiva no declive exerce pouco peso no solo que esteja recebendo muita água das chuvas; e nos momentos de insolação, transpiram e aliviam o peso do solo, que é pouco profundo e que quando encharcado tende a deslizar sobre a rocha que está logo abaixo. No entanto, a vegetação arbórea na parte plana, no final do declive da encosta, exercerá “força de contenção”, opondo-se a um possível deslizamento da encosta. Probabilidade esta que desaparece quando o ser humano efetua um corte na parte inferior do declive (como se vê na ilustração inferior) ao construir uma rodovia ou moradias.



APRENDENDO COM A NATUREZA. E concluindo. A Natureza ensina. É só observar! E os adeptos do novo código florestal, favoráveis aos desmatamentos em margens de rios, encostas e topos de morros, só lamentam quando os rios transbordam, as encostas desmoronam... e culpam (alguns inocentemente, mas outros “cinicamente”) a agressividade da Natureza!!!