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21 de fev. de 2012

DEMÔNIO DA TASMÂNIA, “IMORTAL”, TRAZ ESPERANÇAS DE VACINA CONTRA CÂNCER




[Reproduzido do site de Newscientist, 17/fevereiro/2012]

Quem disse que câncer não é transmissível?! Pelo menos entre os demônios da Tasmânia, sim!
Um bizarro câncer facial (tumor facial do demônio da Tasmânia) ameaça extinguir este pitoresco animal, “o ferozmente dócil” (agressivo com os companheiros durante o ataque à carcaça de animal, mas que deixa ser manuseado facilmente pelo ser humano) Sarcophilus harrisii, mamífero marsupial da família Dasyuridae, endêmico da ilha da Tasmânia, Austrália. Esta doença neoplásica apareceu numa fêmea há 16 anos e se espalhou entre os demais membros da população, dizimando mais de 80 por cento deles. Essa perpetuação na população desse animal levou os pesquisadores a denominar essa fêmea de “imortal”. Esse estranho câncer, atuando como agente infeccioso é transmitido através da mordida, durante luta entre eles, como se fosse “uma espécie de metástase” (segundo Elizabeth Murchison, pesquisadora na Inglaterra).
Tendo sido obtida a sequência do seu genoma, sabe-se agora quais os genes que sofrem mutação e daí poderiam ser acessados aqueles que sejam bons antígenos para uma vacina. Sabe-se até que um tipo de câncer espalhou-se inicialmente na península de Forestier, no sudeste da Tasmânia e que depois desapareceu, sendo substituído por um outro agora dominante. Traçar sua evolução poderá ajudar a evitar que se espalhe em áreas ainda não afetadas. Outra observação interessante é que foi encontrada evidência de mutações em genes imunes ao câncer, podendo assim mostrar porque animais recentemente infectados não sejam capazes de “reconhecer o tumor como corpo estranho” e assim combatê-lo com seu sistema imunológico.
Esse estudo abre possibilidades valiosas para a medicina, caso uma doença similar surja entre os seres humanos. Somente uma outra forma de “câncer infeccioso” tem sido relatada; trata-se de doença venérea entre cães.

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