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19 de mai. de 2013

MEU BIOMA FAVORITO: MATA ATLÂNTICA

Uma riqueza há 500 anos "objeto da cobiça e irracionalidade humana". Se você, leitor(a) não for um(a) especialista, dê uma olhadinha em algumas peculiaridades dessa maravilha da Natureza e constate a razão dessa minha "paixão".
Para aqueles que desejarem constatar o histórico de sua destruição, ao longo desses 500 anos, nada melhor do que a obra do norte-americano Warren Dean (A Ferro e Fogo. A Destruição da Mata Atlântica Brasileira). Eu disponho do original: DEAN,W. (1995) With Broadax and Firebrand. The Destruction of the Brazilian Atlantic Forest. Berkeley, University of California Press, 482p. Uma excelente retrospectiva de todos os importantes acontecimentos, com citações de diversos autores brasileiros e ampla documentação.

O curto vídeo abaixo, mostra um animal típico da Mata Atlântica e um símbolo internacional da necessidade de preservação ambiental: o mico-leão-da-cara-dourada. A filmagem foi realizada num biotério da Universidade Federal da Paraíba, campus I, em João Pessoa, situado no interior de trecho da Mata Atlântica.

Acesse o  "link" abaixo e veja uma sequência de "slides" em PowerPoint.



Algumas características importantes.

            a) Estratificação típica dos ecossistemas tropicais de floresta, com predominância do estrato arbóreo; grande densidade de plantas.
            b) A competição pela luz força as árvores a um crescimento para o alto, muito acentuado, quase sem ramificações; como consequência, grande parte das árvores, cujas copas recebem luz solar direta, tem folhas pequenas; as plantas do estrato arbustivo têm por vezes folhas grandes; algumas têm folhas pontiagudas que facilitam o escorrimento da água da chuva; a concentração de clorofila nas plantas de sombra, comunicando coloração verde intenso às folhas, é frequentemente observada.
            c) Existência de epífitas (bromélias e trepadeiras).
            d) Umidade e temperatura do ar elevadas; radiação solar quase não atingindo o solo, onde as variações de temperatura são muito pequenas.
            e) Grande diversidade de espécies vegetais, em contraste com as florestas homogêneas da Europa e da América do Norte.
            f) Espesso manto de matéria orgânica morta no solo (necromassa), formado por, pelo menos, tres camadas distintas (horizonte 01 = partes de plantas recém-caídas; 02 = detritos orgânicos em decomposição e A1 = início do horizonte mineral contendo matéria orgânica decomposta ou húmus); observar os fungos sobre os restos de plantas em decomposição.
            g) As raízes se ramificam e formam densa rede de “aprisionamento” da matéria orgânica em decomposição na superfície do solo; muitas plantas interagem com fungos micorrízicos que infectam essas raízes, absorvendo os nutrientes, antes que sejam lixiviados (carregados) pela chuva.
            h) O fato de que as raízes são superficiais, mesmo as secundárias grossas, poderia comprometer a sustentação das árvores. Observe porém que pela própria densidade de vegetação, as árvores se tocam pelas copas e assim se sustentam; além disso, muitas árvores formam raízes tabulares que auxiliam na sustentação e também atuam na respiração, pois no soloforte competição por oxigênio com os microrganismos. Estes aspectos evidenciam a necessidade de se manter a mata com sua densidade original.
            i) Mostrar que o solo é ácido (pH 4 a 5), determinando-se esta característica com o uso de papel indicador colorimétrico; isto demonstra a baixa adequação do solo para grande parte dos cultivos.
            j) Diversidade animal elevada; grande parte dos animais (macacos e aves) vive no estrato arbóreo, protegendo-se dos seus inimigos naturais e alimentando-se das frutas; a mata atlântica é muito rica em borboletas; no solo vivem vários roedores e outros mamíferos.
            k) É fácil concluir que sobre solos pobres, sujeitos à lavagem pela chuva, a mata deve ser preservada, pois representa a melhor maneira que a Natureza encontrou, após milhares de anos de evolução, para manter-se bem adaptada e com alta produtividade e eficiência ecológica; nela é evidente a importância do fluxo energético e da biogeociclagem.

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