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30 de jan. de 2014

DESMATAMENTO E PERDA DA BIODIVERSIDADE NA AMAZÔNIA

[Reproduzido de www.ambientebrasil.com.br]

Desmatamento, perda de biodiversidade e pobreza

O desmatamento na Amazônia Brasileira está concentrado em uma faixa que se estende pelo Sul da região, desde o Maranhão até Rondônia. Este setor é comumente denominado “Arco do Desmatamento”.

 

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Transformando o Arco do Desmatamento no Arco do Desenvolvimento Sustentável

O desmatamento na Amazônia Brasileira está concentrado em uma faixa que se estende pelo Sul da região, desde o Maranhão até Rondônia. Este setor é comumente denominado “Arco do Desmatamento”, foi renomeado pela Dra. Bertha Becker, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como “Área de Consolidação e Recuperação”; este setor também inclui grande parte do “Corredor dos Ecótonos Sul-Amazônicos”. A idéia do “Arco do Desmatamento” é uma proposta apresentada ao Ministério do Meio Ambiente e ao PPG-7 por uma equipe mista do Instituto de Desenvolvimento Sustentável de Mamirauá e da Conservation International do Brasil, liderada pelo recentemente desaparecido Dr. José Márcio Ayres. Seguindo nesta linha de raciocínio, a Ministra Marina Silva sugeriu, em seu discurso de posse, que esta região passasse a ser denominada de “Arco do Desenvolvimento Sustentável”. Daqui por diante, se utilizará o termo sugerido pela Ministra.

 A Amazônia é a maior e a mais diversa região de florestas tropicais no mundo. Com cerca de 6.000.000 km2 de extensão e uma extraordinária heterogeneidade ambiental, ela abriga entre 10 e 20% de todas as espécies que vivem hoje em nosso Planeta.

São conhecidas da região cerca de 40.000 espécies de plantas, 2.526 espécies de vertebrados terrestres e 3.000 espécies de peixes. As espécies não estão amplamente distribuídas na região, mas sim possuem suas distribuições restritas a certas áreas bem delimitadas, que são denominadas pelos biólogos como “áreas de endemismo”. No caso dos primatas, por exemplo, cerca de 65% das espécies ocorrem em apenas uma área de endemismo.

A maior causa da perda de biodiversidade na Amazônia é causada pelo desmatamento, ou seja, a substituição de florestas hiperdiversas por sistemas ecológicos simples, dominados por algumas poucas espécies. Estudos demonstram que o desmatamento tal como é feito atualmente raramente traz benefícios para a população rural, gerando pobreza e conflitos sociais e agrários. Em contrapartida, o desmatamento leva a perda de biodiversidade, solo, recursos hídricos e abre a região para a expansão de incêndios de grandes proporções e de doenças causadas pelo desequilíbrio ambiental.

Dentre os 9 países que compõem a Amazônia, o Brasil é, de longe, o país que mais perdeu florestas e biodiversidade. O recente anúncio de que 40% a mais de florestas foram perdidas entre 2001-2002 em comparação com o período entre 2000-2001 indica que as políticas públicas voltadas para garantir a ocupação sustentável da região são, no mínimo, ineficientes e desprovidas de fundamentação técnico-científica adequadas.

 

O Arco do Desenvolvimento Sustentável: importância biológica

O Arco do Desenvolvimento Sustentável se localiza na transição entre dois dos maiores biomas brasileiros: a Amazônia e o Cerrado. Por isso, incorpora partes preciosas da biodiversidade das duas regiões. Áreas de transição entre biomas hiperdiversos são também regiões de extraordinária diversidade de espécies e de fenômenos biológicos únicos, tais como zonas de contato entre espécies aparentadas e frentes de diversificação em mosaicos compostos por ambientes distintos. 

Do ponto de vista evolutivo, estas regiões são laboratórios únicos para o estudo dos processos que levam a formação de espécies em ambientes tropicais.

O Arco do Desenvolvimento Sustentável é onde também está concentrada a maior densidade de espécies ameaçadas de extinção da Amazônia. Espécies de aves (Dendrexetastes rufigula rufigula, Dendrocincla merula badia, Dendrocincla fuliginosa trumai, Pyrrhura lepida coerulescens, Pyrrhura lepida lepida, Clytoctantes atrogularis e Phlegopsis nigromaculata paraensis) e primatas (Cebus kaapori, Allouatta belzelbul ululata e Chiropotes satanas) consideradas como ameaçadas de extinção pela recente lista publicada pelo Ministério do Meio Ambiente possuem distribuição restrita ao Arco do Desenvolvimento Sustentável.

O Arco do Desenvolvimento Sustentável é composto por 524 municípios, que juntos possuem população total de cerca de 10.331.000 habitantes. Há 36 unidades de conservação federais e estaduais. Destas, 25 são de uso sustentável e totalizam 35.084 km2, enquanto 11 são de proteção integral e totalizam 29.970 km2.

Como esperado, a maioria das unidades de conservação não foi implementada, sendo que algumas delas, como por exemplo, o Parque Estadual do Cristalino, no Mato Grosso, estão sendo invadidas por trabalhadores rurais atraídos por falsas promessas eleitoreiras. As terras indígenas são 99 e totalizam cerca de 244.420 km2.

 

Sugestões para ação

Duas correntes extremas de pensamento dominam a discussão sobre o modelo de ocupação humana na região. Uma corrente sugere que a intervenção humana na região deve se restringir a um mínimo possível, de forma a garantir a preservação de grande parte da região em sua forma mais natural. A outra corrente sugere que os recursos naturais da Amazônia devam ser explorados imediatamente para garantir uma expansão econômica da região e, por conseguinte, garantir um aumento na qualidade de vida da população regional. Hoje sabemos que nenhum dos dois extremos é o recomendável, pois não se pode fazer conservação sem o apoio das comunidades locais e nem se garantir o aumento da qualidade de vida da população através da exploração insensata dos recursos naturais. Uma forma de conciliar as duas correntes é desenvolver um modelo de ocupação sustentável e baseada em critérios científicos, que garanta tanto a manutenção dos processos ecológicos e da biodiversidade como o desenvolvimento econômico e social da região. Para atingir este objetivo torna-se necessário o planejamento de “territórios sustentáveis”, ou seja, um mosaico de usos de terra complementares gerenciados de forma integrada que permitam manter tanto a dinâmica dos processos ecológicos como a dinâmica sócio-econômica de um determinado território. O Museu Paraense Emilio Goeldi e a Conservation International do Brasil têm realizado uma série de discussões nos últimos dois anos e estabelecido o Projeto BIOTA-PARÁ para desenvolver projetos e ações de pesquisa e divulgação científicas voltados para o planejamento e a implementação de territórios sustentáveis na região. No caso específico do Arco do Desenvolvimento Sustentável, foram sugeridas as ações a seguir.

 

Controle e fiscalização do desmatamento

Proibir por 4 anos quaisquer novas licenças para desmatamento na região do Arco do Desenvolvimento Sustentável até que um sistema adequado de controle e fiscalização seja efetivamente implementado ao longo de toda a região.

Implementar em 4 anos um sistema efetivo de controle e fiscalização do desmatamento no Arco do Desenvolvimento Sustentável baseado em uma combinação de tecnologias espaciais e fiscalização de campo através do estabelecimento de parcerias entre o MMA, IBAMA, SIVAM, INPE, Museu Goeldi, INPA, Universidades, Secretarias Estaduais de Meio Ambiente e Prefeituras.

 

Unidades de Conservação e Terras Indígenas

Direcionar a maior parte dos recursos do Projeto ARPA (Áreas Protegidas da Amazônia Brasileira) para: (a) implementar de forma efetiva dentro de 3 anos todas as 19 unidades de conservação existentes ao longo do Arco; (b) criar e implementar no prazo de 4 anos pelo menos 15 novas unidades de conservação de proteção integral com tamanho mínimo de 500.000 hectares nas áreas identificadas como prioritárias para este fim pelo Sub-projeto Avaliação e Ações Prioritárias para a Conservação, Uso Sustentável e Repartição de Benefícios na Amazônia Brasileira; (c) estabelecer corredores ecológicos para conectar todas as áreas protegidas do Arco; e (d) criar um fundo fiduciário para assegurar a manutenção de todo o sistema de unidades de conservação ao longo do Arco. 

Criar um programa efetivo para, no prazo de 4 anos: (a) demarcar e garantir a integridade territorial de todas as terras indígenas existentes ao longo do Arco.

Criar, no prazo de 2 anos, um programa de apoio ao desenvolvimento de atividades de desenvolvimento social e econômico baseadas no uso sustentável da biodiversidade para todas as terras indígenas existentes ao longo do Arco do Desenvolvimento.

Criar imediatamente um programa de apoio para a criação e implementação de Reservas Privadas do Patrimônio Natural (RPPN) ao longo do Arco, concedendo prioridade para a obtenção de financiamento junto aos bancos públicos e privados para aqueles proprietários de terra que aderirem ao programa.

 

Ciência e Tecnologia

Direcionar o edital do Programa de Pesquisa Dirigida do MCT/PPG-7, que ainda não foi lançado, para pesquisas a serem realizadas exclusivamente no Arco e vinculadas aos seguintes temas prioritários: (a) caracterização da paisagem; (b) estrutura e funcionamento dos ecossistemas, (c) dinâmica econômica e social; e (d) tecnologias para o uso sustentável de florestas e recuperação de áreas degradadas.

Criar, no prazo de 3 anos, 5 núcleos avançados do Museu Goeldi e do INPA no Sul do Pará, Tocantins e Mato Grosso visando estabelecer programas efetivos de pesquisa e capacitação de recursos humanos ao longo do Arco.

Triplicar, no período de um ano, o número de bolsas de mestrado e doutorado para os programas de pós-graduação das instituições de pesquisa regionais que possuam pelo menos o conceito “4” para que dissertações e teses possam ser desenvolvidas ao longo do Arco.

 

Consolidação de Assentamentos Rurais

Também se sugeriu realizar, em 2 anos, levantamento qualitativo e quantitativo da situação atual dos Assentamentos de Reforma Agrária, incluindo um mapeamento detalhado das áreas críticas de degradação ambiental e conflito social. Igualmente, desenvolver e implantar em dois anos um sistema que permita a melhoria dos assentamentos resultantes da reforma agrária, mediante a realização de investimentos em infra-estrutura econômica e social, assistência técnica e treinamento.

E, finalmente, formular em 2 anos uma Agenda Ambiental nas Áreas de Assentamento, incorporando uma dimensão ambiental em todas as decisões e prioridades de investimentos nessas áreas, que assegure o monitoramento das áreas, a conservação dos recursos naturais, e estabelecimento de sistemas inovadores de recuperação e conservação das terras, implantação de sistemas produtivos integrados e uso sustentável dos recursos naturais.

 

Recuperação de áreas degradadas

Se faz necessário garantir imediatamente, através da expansão do PROAMBIENTE, um crédito diferenciado para iniciativas que priorizem a recuperação ambiental em função do menor retorno econômico. Os financiamentos para as áreas degradadas são instrumentos importantes para efetuar a reversão do padrão tecnológico causador de degradação, se combinado com a aplicação das normas ambientais e mecanismos compensatórios. Também se sugere criar em 2 anos um programa de capacitação de técnicos para elaboração e execução de projetos de recuperação de áreas alteradas e consolidar um modelo de assistência técnica voltado para a recuperação de áreas degradadas;

Faz parte da proposta priorizar imediatamente junto ao CNPq, FINEP e BASA, o financiamento de pesquisas básica e aplicada para estabelecimento de modelos de recuperação ambiental e da capacidade produtiva de áreas degradadas, estabelecendo pólos demonstrativos de recuperação ambiental para áreas de reserva legal e de preservação permanente na região.

E, a maneira de corolário, estabelecer em um ano dois pólos demonstrativos de recuperação ambiental para áreas de reserva legal e de preservação permanente no Arco do Desenvolvimento Sustentável.

 

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Áreas protegidas ao longo do Arco do Desenvolvimento Sustentável. Inclui as unidades de conservação de proteção integral, as unidades de conservação de uso susntentável e as terras indígenas.

 

Revista Eco 21, Ano XIII, Edição 80, Julho 2003. (www.eco21.com.br) Museu Paraense Emílio Goeldi & Conservation International do Brasil Organizações Não-Governamentais

DESPERDÍCIO DE COMIDA EM MANAUS

[Reproduzido de www.amazonia.org]

28 de jan. de 2014

25 de jan. de 2014

Escravização de haitianos no Brasil

Puseram os pés no Brasil...há sempre alguém se achando superior. Toda a notícia no "link":

http://amazonia.org.br/#!/entry/imigrantes-haitianos-so-escravizados-no-brasil,22587


23 de jan. de 2014

FUNDOS DO MEIO AMBIENTE FINANCIANDO AGRICULTURA??? ISTO NÃO É CORRETO!!!

Agricultura financiada com fundos ambientais
Guilherme José Purvin de Figueiredo - 20/01/14

 agriculturaAmbiental e agroambiental não são a mesma coisa. Foto: Agromoto
Em 26 de agosto de 2013 foi editada a Lei 12.854, que tem por finalidade fomentar e incentivar "ações que promovam a recuperação florestal e a implantação de sistemas agroflorestais em áreas rurais desapropriadas e em áreas degradadas, nos casos que especifica".
Não se trata de recuperação ecológica. Sua finalidade é a "implantação de sistemas agroflorestais" e, assim, a lei está mais afeta à pasta da Agricultura do que ao Ministério do Meio Ambiente (MMA). A distinção é relevante. A recuperação florestal busca a otimização da produção econômica, pelo uso eficiente dos elementos abióticos da natureza (solo, ar, água) e da energia luminosa e térmica num espaço territorial delimitado.
Árvore, aqui, importa menos pelo seu papel ecológico do que por seu potencial econômico, consistente na captura de nutrientes do solo e conservação da fauna edáfica (animais que vivem diretamente no solo, como minhocas e nematódeos).
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A lei fala em incentivo e em fomento de ações de recuperação florestal e implantação de sistemas agroflorestais, visando alternativas econômicas aos agricultores familiares, em especial, às famílias beneficiárias de programas de assentamento rural, pequenos produtores rurais, quilombolas e indígenas.
Estas medidas devem se dar "dentro dos programas e políticas públicas ambientais já existentes". Isso significa que a lei não está criando uma política pública específica de recuperação florestal e implantação de sistemas agroflorestais, e sim buscando inserir tais ações em políticas já existentes.

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19 de jan. de 2014

PARECE ESTRANHO: ÁRVORES MAIS VELHAS ABSORVEM MAIS CO2 DO QUE AS NOVAS

[Reproduzido de www.amazonia.org]

Estudo mostra que quanto mais velha a árvore, mais ela absorve dióxido de carbono (CO2) na atmosfera

[OBS.: O "ABSTRACT" do artigo original publicado no periódico Nature, está reproduzido no blog:  www.ecologyintofocus.blogspot.com]

Quanto mais velha é uma árvore, mais ela captura dióxido de carbono (CO2) na atmosfera para continuar a crescer, revelou um estudo [Rate of tree carbon accumulation increases continuously with tree size] publicado nesta quarta-feira sobre o impacto das florestas no aquecimento global.
Os resultados dos trabalhos, publicados na revista científica britânica Nature, indicam que em mais de 400 tipos de árvores estudados, são os espécimes mais velhos e, portanto, os maiores de cada espécie os que crescem mais rápido e que, consequentemente, absorvem mais CO2.
Estes cientistas contradizem o postulado segundo o qual as árvores velhas contribuiriam menos na luta contra o aquecimento global. [Sim. Porque árvores em crescimento demandariam mais carboidratos e demais nutrientes para sua estrutura e por isso estariam absorvendo mais CO2]
“É como se para os humanos, o crescimento se acelerasse depois da adolescência ao invés de se retardar”, explicou para a AFP Nathan Stephenson, um dos autores deste trabalho.
As árvores absorvem da atmosfera o CO2, principal gás causador do efeito estufa, responsável pelo aquecimento global, e o armazenam em seus troncos, seus galhos e suas folhas.
As florestas desempenham, assim, um papel de reservatórios de carbono, mas até que ponto elas retardariam o aquecimento é um assunto em aberto.
“Já sabemos que as florestas antigas estocam mais carbono do que as florestas mais jovens”, explicou Nathan Stephenson. Mas, prosseguiu o pesquisador, “as florestas antigas têm árvores de todos os tamanhos e não está claro quais cresceram mais rápido, capturando assim a maior quantidade de dióxido de carbono”.
Este estudo dá uma resposta clara a esta questão: “para reduzir o dióxido de carbono presente na atmosfera, é melhor ter árvores grandes (ndr: e, portanto, antigas)”, resumiu o cientista.
“Este conhecimento vai nos permitir melhorar nossos modelos para prever como as mudanças climáticas e as florestas interagem”, ressaltou Nathan Stephenson.
Cerca de quarenta cientistas participaram deste estudo, que analisou os dados dos últimos 80 anos de 670.000 árvores de 403 espécies diferentes existentes em todos os continentes.

16 de jan. de 2014

SUSTENTABILIDADE COMEÇA CEDO NA VIDA: ALÉM DE POSSÍVEL, É BEM MAIS FÁCIL

[Reproduzido de  http://portugues.tnc.org/nossas-historias/destaques/casa-familiar-rural.xml]


Plantando conhecimento e colhendo conservação

Em São Félix do Xingu, sustentabilidade se aprende na escola.

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"A gente vem de uma tradição em que nossos pais desmatavam as propriedades para criar gado. Por meio das aulas, a gente pôde aprender a ter uma outra visão sobre a nossa própria terra."
Helio Gomes
Aluno da Casa Familiar Rural em São Félix do Xingu
Por Erik Lopes
“A gente pode fazer a nossa parte, conservando mais e repassando para a nossa família o que aprendemos aqui.” É o que diz Wanderson Barbosa, um dos alunos da Casa Familiar Rural em São Félix do Xingu, no sul do Pará. O município, com o dobro do território do estado do Rio de Janeiro, hoje é recordista de redução da derrubada da floresta e luta para sair da lista negra do desmatamento feita pelo Ministério do Meio Ambiente.
Na Casa Familiar Rural, além de cursar o ensino fundamental e médio, os estudantes aprendem técnicas para potencializar a produção nas propriedades de suas famílias, tanto na lavoura quanto na criação de animais. Funcionando sem vínculo com o governo, as atividades da Casa são financiadas pela própria comunidade e pela venda do que é produzido pelos alunos na escola.
O modelo de ensino das Casas Familiares, espalhadas ao redor de diversos países, é baseado na pedagogia da alternância, na qual o aluno passa uma semana em regime integral na Casa e duas semanas na propriedade rural de sua família, colocando em prática o que aprendeu. Assim, além de aprender técnicas de agricultura, pecuária e gestão de propriedades rurais, o aluno pode ajudar na produção da família e difundir conhecimento entre seus parentes e vizinhos.
A TNC tem apoiado algumas iniciativas da Casa Familiar Rural de São Félix do Xingu, além de trabalhar junto com as famílias de vários dos alunos nos projetos do município. Um dos resultados da parceria foi o Curso Introdutório Sobre Mudanças Climáticas e Florestas, realizado em agosto, com o apoio da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).
Rosely Dias, diretora da Casa Familiar Rural em São Félix, afirma que, apesar da importância do trabalho realizado pela escola para a educação e movimentação da economia da cidade, a escassez de recursos é um dos problemas enfrentados para ampliar a abrangência das iniciativas da Casa. Por isso, em uma nova fase do trabalho em São Félix do Xingu, com apoio da Agência Norueguesa de Cooperação para o Desenvolvimento (NORAD), a TNC dará apoio técnico e financeiro para suas ações.
Dando suporte e qualificação a pequenos produtores da região, o projeto “Famílias da Terra: Agricultura e Floresta” tem foco no trabalho com os agricultores familiares, segundo o CONAB, os maiores responsáveis pela produção dos alimentos que abastecem a mesa dos brasileiros, mas que ainda causam uma importante taxa de desmatamento na Amazônia. Com o suporte é possível fazer com que os territórios sejam aproveitados de maneira mais eficaz, aumentando a produção agrícola e diminuindo a pressão sobre a floresta.

13 de jan. de 2014

SEM OS CARNÍVOROS, QUANTA VEGETAÇÃO SOBRARIA DO CONSUMO PELOS HERBÍVOROS???

[Reproduzido de www.amazonia.org.br]

Mais de 75% dos grandes carnívoros estão desaparecendo

Leões, focas, ursos e outras espécies de grandes predadores estão sumindo dos seus habitats, acabando com o equilíbrio de diversos ecossistemas ao redor do mundo
Um estudo publicado nesta sexta-feira (10) no periódico Science mostra pela primeira vez como ameaças – perda de habitat, perseguição por humanos e eliminação de presas – estão se somando e criando hotspots globais de declínio de carnívoros.
Mais de 75% das 31 espécies dos maiores carnívoros do planeta estão em declínio, e 17 delas agora ocupam menos do que a metade da sua área original, alertam os autores.
O sudeste da Ásia, sul e leste da África e a Amazônia estão entre os locais onde várias espécies de carnívoros estão sumindo. No mundo desenvolvido, com algumas exceções, esses animais já foram em sua maioria exterminados.
“Globalmente, estamos perdendo nossos grandes carnívoros”, comentou William Ripple, principal autor do estudo e professor do Departamento de Ecossistemas Florestais e Sociedade da Universidade Estadual do Oregon.
“Muitas das espécies de grandes predadores estão ameaçadas. Sua abrangência está em colapso. Muitas correm risco de extinção, local ou globalmente. E, ironicamente, estão sumindo exatamente enquanto aprendemos sobre seus efeitos ecológicos importantes.”
Interconectividade
Os pesquisadores revisaram relatórios científicos publicados recentemente e selecionaram sete espécies que têm sido estudadas pelos seus efeitos ecológicos generalizados, incluindo leões, leopardos, o lince-euroasiático, o puma, lobos cinzentos, a lontra-marinha e dingos (uma sub-espécie de lobo).
Ripple e seu colega na Universidade Estadual do Oregon, Robert Beschta, documentaram os impactos do puma e lobos sobre a regeneração de florestas e da mata ciliar em Yellowstone (Estados Unidos) e outros parques nacionais da América do Norte. Eles concluíram que menos predadores significa um aumento na detecção de veados e alces, que, ao se alimentarem de folhas e galhos, impactam a vegetação, as aves e pequenos mamíferos, mudando também outras partes do ecossistema em um efeito em cascata.
Estudos com linces, dingos, leões e lontras-marinhas apresentaram efeitos similares, relatam os autores. Em algumas partes da África, a redução no número de leões e leopardos coincide, por exemplo, com um aumento drástico dos babuínos-oliva, que ameaçam cultivos e rebanhos.
Os autores pedem que haja uma melhor compreensão do impacto de grandes carnívoros nos ecossistemas e explicam que o conceito clássico de que predadores são daninhos e acabam com a vida selvagem é ultrapassado. Pesquisas, por exemplo, em recifes de coral no sudeste asiático, hotspot mundial da vida marinha, mostram que os ecossistemas mais saudáveis são os que têm maior população de tubarões.
Ripple e seus colegas dos Estados Unidos, Austrália, Itália e Suécia sugerem que seja formada uma ação internacional para conservação desses animais em coexistência com as pessoas, a exemplo da Iniciativa para Grandes Carnívoros da Europa, um grupo sem fins lucrativos afiliado à União Internacional de Conservação da Natureza (IUCN).
“Promover a tolerância e a coexistência com grandes carnívoros é um desafio crucial à sociedade que, no fim, determinará o destino destes animais”, concluem os cientistas.
Cientistas e gestores de áreas com vida selvagem precisam reconhecer que há evidências cada vez maiores sobre os papéis complexos dos carnívoros nos ecossistemas, e também seus benefícios sociais e econômicos, colocam os autores. Eles ressaltam que este conceito já era defendido pelo Ecólogo Aldo Leopold na primeira metade do século passado, porém foi amplamente ignorado por décadas.
“Dizemos que estes animais têm o direito intrínseco de sobreviver, mas eles também estão fornecendo serviços econômicos e ecológicos que as pessoas valorizam”, disse Ripple. Entre esses serviços estão sequestro de carbono, restauração de mata ciliar, biodiversidade e controle de doenças.
Ripple ressalta que, onde as populações de grandes carnívoros foram restauradas, como no caso dos lobos de Yellowstone e dos linces na Finlândia, os ecossistemas responderam rapidamente.
“A natureza é altamente interconectada”, nota. “O trabalho em Yellowstone e outros locais mostra como uma espécie afeta a outra e a outra de diferentes formas.”
Predadores humanos
Por mais bárbaro e absurdo que pareça, grandes carnívoros ainda continuam a ser presas frequentes dos humanos. Tanto a caça ilegal como as pressões que a expansão humana impõe sobre os habitats desses animais, que precisam de áreas extensas e ricas para sobreviver, estão colocando-os à beira da extinção.
Nesta semana, um artigo publicado no PloS ONE alerta que menos que 250 leões adultos sobrevivem atualmente no oeste da África, uma notícia aterradora. Já se sabia que os animais corriam risco, porém, não se esperava que a situação fosse tão crítica. Avaliando 21 parques, cientistas constataram a presença de leões em apenas quatro, sendo que somente uma população tinha mais do que 50 indivíduos.
E isso não é privilégio dos humanos modernos. Muitos pesquisadores renomados, como Jared Diamond, defendem a teoria de que a extinção da megafauna começou há milhares de anos, acompanhando o ritmo da chegada do homem aos novos continentes.
Ainda que muitas brechas e dúvidas permaneçam em nosso conhecimento sobre e evolução e interações dos animais, em especial da megafauna em contraposição ao desenvolvimento humano, há subsídios suficientes para que essa tendência histórica seja finalmente revertida.
Referências: W.J. Ripple, R.L. Beschta, M.P. Nelson, et al. Status and Ecological Effects of the World’s Largest Carnivores. Science (2014) Vol 334.
Por: Fernanda B. Müller
Fonte: Instituto Carbono Brasil

12 de jan. de 2014

INGLÊS: UMA LÍNGUA CIENTÍFICA




Para os interessados em resgatar conhecimentos e avançar no domínio da língua inglesa como  "ferramenta" para acessar "sites" na área de meio ambiente, preparei uma apostila, toda em inglês (sem traduções), que pode ser acessada no  "link" abaixo.
Conteúdo:

MODULE I – BASIC ENGLISH REVIEW
MODULE II – SCIENTIFIC TEXTS

Nos textos há exercícios e testes, visando ao melhor preparo de candidatos a exames seletivos e proficiência na língua para cursos de pós-graduação.
Listas especiais são apresentadas, como:
 I) WORD LIST
Veja estes exemplos:
A a- (prefix): lacking in:  asymmetry, amoral.
About, on: about is used to talk about ordinary, more general things: ‘A book for children about Brazilian animals’. On suggests that a book, lecture a talk, etc. is serious or academic: ‘A lecture on forestry’.
 Absorption, adsorption: absorption is the process of taking up by capillary, osmotic, chemical, or solvent action; adsorption is the holding of something by the surface of a solid or liquid through physical or chemical forces .
Actually: really, in fact.[See FALSE FRIENDS]
Accuracy: degree of correctness of a measurement or a statement; do not confuse with precision; precision : degree of refinement with which a measurement is made or stated; do not confuse with accuracy ;e.g. the number 3.43 shows more precision than 3.4, but it is not necessarily more accurate .
...
II) FALSE FRIENDS
Veja estes exemplos:
Actual (adj.) / Actually (adv.): real, existing in fact / really: ‘The actual cost was much higher than we had expected’ / ‘The food was not actually all that expensive’.
Cargo (n.): the goods carried in a ship or plane/aircraft or other large vehicle. ‘The tanker spilled its cargo of oil’.
Casualty: a person who is killed or injured in war or in an accident.
Commodity: something that can be traded, bought or sold. Discrete (adj.): separate; distinct: ‘The organisms can be divided in discrete categories’.
Discreet (adj.): intentionally not attracting attention: ‘He’s always discreet about his successes’.
Discretion (n.): 1) The freedom or power to decide what should be done in a particular situation: ‘To tell the truth to terminally ill patients is left to the discretion of the doctor’. 2) Care in what you say or do: ‘This is confidential, but can I rely on your discretion’?
Eventual (adj.) and Eventually (adv.): happening at the end of a period of time or of a process: ‘War is possible to predict with the eventual lack of water in many parts of the world’. ‘The increasing emissions of CO2 will eventually cause global warming.
...
III) LATIN NAMES AND EXPRESSIONS
Veja estes exemplos:
addendum (pl. addenda): ‘thing that is to be added’ (addenda: ‘material added at the end of a book’).
ante meridiem (abbreviation a.m.): ‘before midday.
...

Acessar:
https://www.dropbox.com/s/zga38bb7m2azrja/ESL-April2013.pdf

8 de jan. de 2014

LISTA VERMELHA DA "IUCN": CLASSIFICAÇÃO

Entenda a classificação da Lista Vermelha da IUCN

[Reproduzido de ((o))eco - 06/01/14]

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Em 1964, a União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN) criou o que veio a se tornar o maior catálogo sobre o estado de conservação de espécie de plantas, animais, fungos e protozoários de todo o planeta: a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas (em inglês, IUCN Red List ou Red Data List).
Segundo a própria organização, esta compilação tem como objetivos: fornecer informações com base científica sobre o estado das espécies e subespécies em um nível global; chamar a atenção do público para a magnitude e a importância da biodiversidade ameaçada; influenciar legislações e políticas nacionais e internacionais; e fornecer informações para orientar as ações para conservar a diversidade biológica.
Categorias
As espécies são classificadas em 9 grupos, definidos através de critérios que incluem a taxa de declínio da população -- entendida como o número de indivíduos por espécie --, o tamanho e distribuição da população, a área de distribuição geográfica e grau de fragmentação.
1000px-Status iucn3.1 LC pt.svg
Segura ou pouco preocupante ou Least Concern, em inglês (LC): Esta é a categoria de risco mais baixo. Se a espécie não se enquadra nas 8 categorias que denotam algum grau de risco de extinção (veja as categorias abaixo), ela é classificada como "Segura ou Pouco Preocupante". Espécies abundantes e amplamente distribuídas são incluídas nesta categoria.
1000px-Status iucn3.1 NT pt.svg
Quase ameaçada ou Near Threatened, em inglês(NT): A espécie é incluída nesta categoria quando, avaliada pelos critérios de classificação, está perto de ser classificada ou provavelmente será incluída numa das categorias de ameaça ('Criticamente em Perigo' , 'Em Perigo' ou 'Vulnerável') num futuro próximo.
Quando se usa o termo "Ameaçado" na Lista Vermelha da IUCN, isso significa que a espécie se enquadra em uma das três categorias abaixo: Criticamente em Perigo, ou Em Perigo, ou Vulnerável.
1000px-Status iucn3.1 VU pt.svg
Vulnerável ou Vulnerable ​​(VU): Uma espécie está Vulnerável quando as melhores evidências disponíveis indicam que enfrenta um risco elevado de extinção na natureza em um futuro bem próximo, a menos que as circunstâncias que ameaçam a sua sobrevivência e reprodução melhorem.
A vulnerabilidade é causada principalmente por perda ou destruição de habitat. Espécies vulneráveis ​​são monitoradas e, frequentemente, encontradas em cativeiro, onde podem ser abundantes. Atualmente há 4.796 animais e 5.099 plantas classificadas como vulneráveis.
1000px-Status iucn3.1 EN pt.svg
Em perigo ou Endangered (EN): Quando a melhor evidência disponível indica que uma espécie provavelmente será extinta num futuro próximo. Este é o segundo estado de conservação mais grave para as espécies na natureza. 3.219 animais e 3.009 plantas estão ameaçadas de extinção em todo o mundo.
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Criticamente em Perigo ou Em Perigo Críticoou Critically Endangered (CR): É a categoria de maior risco atribuído pela Lista Vermelha da IUCN para espécies selvagens. São aquelas que enfrentam risco extremamente elevado de extinção na natureza. Há 2.169 animais e 1,957 plantas com essa avaliação.
Como a Lista Vermelha não considera uma espécie extinta até que extensas pesquisas tenham sido realizadas e comprovadas, é possível que espécies extintas ainda estejam listadas como "Criticamente em Perigo". A BirdLife International sugeriu a criação de uma nova categoria "Possivelmente Extinto" para categorizar estes casos.
1000px-Status iucn3.1 EW pt.svg
Extinta na natureza ou Extinct in the Wild (EW): Uma espécie é presumida como tal quando estudos exaustivos em seus habitats conhecido e/ou esperados, em momentos apropriados, ao longo de sua distribuição histórica, não conseguem encontrar um único indivíduo. São espécies conhecidas por sobreviver apenas em cativeiro ou como uma população naturalizada fora de sua área natural.
No entanto, o objetivo final da preservação da biodiversidade é manter a função ecológica. Quando uma espécie só existe em cativeiro, é considerada ecologicamente extinta -- a redução de uma espécie a um número baixo de indivíduos que, embora ainda esteja presente na natureza, já não cumpre o seu papel ou interage com outras espécies. Uma solução pode ser a reintrodução à natureza, que é a libertação deliberada de espécies na natureza, do cativeiro ou realocados de outras áreas onde a espécie sobrevive.
1000px-Status iucn3.1 EX pt.svg
Extinta ou Extinct, em inglês (EX): Quando não há qualquer dúvida razoável que o último indivíduo morreu, a espécie é considerada Extinta. O momento de extinção é geralmente considerado como sendo a morte do último indivíduo da espécie, embora a capacidade de sobrevivência da espécie -- devido ao baixo número de indivíduos -- possa ter sido perdida antes deste ponto.
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Dados Insuficientes ou Data Deficient (DD): Não existem informações adequadas para fazer uma avaliação, direta ou indireta, do risco de extinção de uma espécie, com base na sua distribuição e/ou status da população. Uma espécie aqui classificada pode ser bem estudada e sua biologia bem conhecida, mas faltam dados sobre seu número e distribuição. A categoria "Dados Insuficientes" não é, portanto, uma forma de descrever o grau de risco da espécie. Trata-se do reconhecimento de que são necessárias mais informações e que uma investigação futura irá mostrar que a classificação ameaçada é apropriada ou não.
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Não avaliada ou Not Evaluated (NE): Uma espécie não é avaliada quando ainda não foi submetida aos critérios de avaliação de risco.
A versão mais recente da Lista Vermelha foi lançada em 19 de junho de 2012, na Cúpula da Terra da Rio +20. Na ocasião, a organização avaliou que de um total de 63.837 espécies catalogadas, 19.817 estão ameaçadas de extinção, 3.947 descritas como "criticamente em perigo" e 5.766 como "em perigo", enquanto mais de 10.000 espécies estão listadas como "vulneráveis".
A IUCN tenta reavaliar a classificação de cada espécie a cada 5 anos, se possível, ou pelo menos uma vez a cada dez anos. Isto é feito, habitualmente, por revisões realizadas por grupos de especialistas aliados ao Comitê de Sobrevivência das Espécies da IUCN (SSC), responsáveis por cada grupo de espécies ou área geográfica específica. Os seus principais conselheiros sobre as espécies incluem aBirdLife International e a World Conservation Monitoring Centre, dentre outros grupos.

4 de jan. de 2014

A ESPERTEZA É A CARACTERÍSTICA MAIS MARCANTE DOS NOSSOS POLÍTICOS "AMBIENTALISTAS"

[Reproduzido de http://amazonia.org.br/2014/01/no-congresso-at%c3%a9-ruralistas-s%c3%a3o-verdes/]

No Congresso, até ruralistas são ‘verdes

A defesa do meio ambiente é uma bandeira difusa no mundo político brasileiro. Governantes e parlamentares que se definem como ambientalistas não se sentem obrigados a demonstrar, no dia a dia de suas atividades, envolvimento direto com a causa.
Alguém definiria como “verdes” os senadores Fernando Collor (PTB-AL) e Romero Jucá (PMDB-RR)? Ou as deputadas Elcione Barbalho (PMDB-PA) e Jandira Feghali (PC do B-RJ)? Pois são todos integrantes da chamada Frente Parlamentar Ambientalista, uma das maiores bancadas temáticas do Congresso. Nada menos que 175 deputados e 11 senadores integram o grupo, criado em 2011 e coordenado por Sarney Filho (PV-MA). Quase um terço do Congresso, portanto. Estão lá parlamentares de 20 partidos, do DEM ao PSOL, do PT ao PSDB.
Mas esse grupo atua, na prática, como uma bancada? A resposta é não. E isso fica claro a partir de análises feitas com o Basômetro – ferramenta online desenvolvida pelo Estadão Dados que mostra o comportamento de indivíduos e partidos nas votações realizadas na Câmara e no Senado.
Os dados mostram que os autoproclamados ambientalistas não apresentam um padrão similar de votação, nem mesmo quando o projeto em questão está diretamente relacionado ao meio ambiente. O exemplo maior é o do Código Florestal. Em abril de 2012, a maioria dos parlamentares da Frente Ambientalista se alinhou aos ruralistas na tentativa de derrubar o projeto do governo nas votações ocorridas na Câmara.
O fato é que as divergências entre ambientalistas e ruralistas, tão frequentes e acirradas no mundo das ONGs e entidades representativas, não se manifestam da mesma maneira no Congresso. Isso só poderia acontecer se parlamentares tivessem dupla personalidade. Afinal, 107 deputados integram tanto a Frente Parlamentar Ambientalista quanto a Frente Parlamentar da Agropecuária – nome oficial da bancada ruralista.

2 de jan. de 2014

TRÁFICO DE DROGAS E DE ANIMAIS DA AMÉRICA LATINA: MESMA ROTA PARA EUROPA, PASSANDO PELA ESPANHA

Tráfico de animais usa rota da droga na 


América Latina, dizem autoridades

Criminosos escoam espécies nativas da AL para a Europa pela Espanha.
Serviço de proteção espanhol diz que mercado é difícil de combater.

Da EFE
1 comentário
O tráfico ilegal de espécies ameaçadas passou a utilizar as mesmas rotas do tráfico de drogas para sair da América Latina rumo à Espanha, de acordo com autoridades do país europeu.
Segundo o capitão do Serviço de Proteção da Natureza da Guarda Civil da Espanha, Salvador Ortega, alguns narcotraficantes já alteraram seus negócios pelo mercado de animais exóticos, considerado muito mais lucrativo e menos arriscado.
Ainda de acordo com Ortega, a Espanha é um ponto importante para a entrada de espécies protegidas vindas da América Latina rumo a países da Europa. O tráfico ilegal de animais é "muito lucrativo" e a tendência é que não diminua, já que a infração é considerada leve (se comparada a do tráfico de drogas) e é mais lucrativo.
Transportar um pequeno ovo, por exemplo, não levanta suspeita. Mas dentro dele se esconde uma determinada espécie de papagaio que pode custar mais de 15 mil euros (cerca de R$ 48.700). Répteis e anfíbios, além de papagaios, são os animais mais traficados.
Distribuição de cães de raça
Outro mercado ilegal que as autoridades espanholas tentam inibir com sucessivas campanhas anuais de inspeção é o da distribuição irregular dos cachorros de raça, que, de acordo com Ortega, resultou no fechamento de estabelecimentos e adequação de outros.
O preço dos bichos criados nas chamadas "fábricas de animais de estimação", localizadas principalmente na Eslováquia, República Tcheca e Hungria, é similar ao que se pode comprar em um criador certificado, mas foi adquirido pelo vendedor por, no máximo, 40 euros (cerca de R$ 130).
"Muitos destes animais morrem durante o transporte ilegal, já que vêm em péssimas condições sanitárias e são menores do que o permitido pela a norma europeia (três meses e 21 dias)", acrescentou o capitão. "É um problema que foi além, porque é cada vez mais fácil comprar os animais de estimação através da internet", complementou.

Informações adicionais:

A principal rota do tráfico no Brasil se concentra nas regiões NorteNordeste e Centro-Oeste, onde há redes organizadas e instruídas para burlar o sistema de fiscalização implantado nas rodovias e em aeroportos. No Brasil, essas espécies são compradas no Rio de Janeiro e em São Paulo.

Asistam o vídeo abaixo e vejam que, de acordo com o policial, o crime cometido pelo casal infrator não é de grsnde vulto (apesar das várias caixas lotadas de filhotes) e assim, a pena é de dois anos e por isso o casal vai responder em liberdade... "sem problema"!!!


Os traficantes costumam transportar as espécies por meio de caminhões, ônibus e carros particulares. Na maioria das vezes, os animais são maltratados viajando em péssimas condições, sem alimentação, hidratação e sem ventilação. Num grupo de 10 espécies capturadas, em média, nove morrem antes de completarem a rota.