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27 de abr. de 2014

ANISTIA DE DESMATAMENTOS PELO NOVO CÓDIGO FLORESTAL !?!?!? NENHUMA SURPRESA SE ACONTECER!!!

Código Florestal deve anistiar 29 milhões de hectares desmatados

[Reproduzido de www.amazonia.org.br]

O novo Código Florestal, aprovado em 2012, reduz em 58% a área desmatada no país que deveria ser restaurada, afirma análise de um grupo de pesquisadores brasileiros publicada na edição de hoje da revista “Science”.

A lei, ainda em fase de regulamentação, anistia no total 29 milhões de hectares de florestas destruídas ilegalmente antes de 2008. Além disso, mantém a possibilidade de desmate legalizado para outros 88 milhões de hectares, diz o artigo dos cientistas, liderados por Britaldo Soares-Filho, da Universidade Federal de Minas Gerais.

Essa anistia, criticam, diminui a área a ser reflorestada de 50 milhões de hectares para 21 milhões de hectares.

“Isso é uma perda especialmente para a mata atlântica, que só possui de 12% a 16% da sua formação original”, dizem os autores, para quem o ganho ocorrido com a recente redução do desmate na Amazônia “ainda não está assegurado”.

O artigo, porém, destaca também pontos positivos do código, como mecanismos de mercado para compensação de desmatamento.

“O Brasil, em 50 anos em que se prevê o reflorestamento, só conseguiu recuperar 7 milhões de hectares”, afirma Niro Higushi, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia. “Se conseguíssemos 21 milhões, seria um milagre. A luta é conter o avanço do desmatamento, que continua.”

Um mecanismo que poderia fiscalizar futuros desmates ilegais é o Cadastro Ambiental Rural (CAR). Considerado um avanço pelos autores, o sistema corre o risco, porém, de virar um “aparato burocrático inútil”.

O CAR prevê o registro cartográfico de 5,2 milhões de terrenos de áreas preservadas. Com esses mapas, imagens de satélite e aparelhos de GPS poderiam monitorar se os compromissos com a preservação estão sendo mantidos. O cadastro, entretanto, não saiu do papel.

Fonte: Folha de São Paulo

24 de abr. de 2014

É CLARO QUE EDUCAÇÃO AMBIENTAL É FUNDAMENTAL. E PROJETO DE REVITALIZAÇÃO DAS CABECEIRAS DOS RIOS É TANTO QUANTO!!!

Chico Bento é nomeado embaixador da proteção das nascentes do Pantanal

[Reproduzido de www.wwf.org.br]

20 Março 2014  
Como parte do trabalho desenvolvido pelo WWF-Brasil para recuperar e proteger os rios da bacia hidrográfica do Paraguai, Chico Bento será nomeado embaixador da proteção das nascentes do Pantanal. A iniciativa é fruto da inédita parceria da ONG e a Mauricio de Sousa Produções. Por ser um amante da natureza, o personagem foi escolhido para envolver o maior número de pessoas, entre adultos e crianças, e transmitir a importância da preservação da água doce. Para isso, foi produzida uma animação de 30 segundos em que Chico Bento usa seu jeito caipira para conscientizar a população sobre a importância dos rios para conservar o meio ambiente e a qualidade de vida das pessoas.



A recuperação das nascentes do Pantanal é uma das estratégias do Programa Água para a Vida (uma parceria com o banco HSBC) e do Programa Cerrado Pantanal do WWF-Brasil. O bioma é considerado uma das 35 regiões globais prioritárias para a conservação da natureza pela Rede WWF por ser a maior planície alagável do mundo e reunir uma enorme biodiversidade de fauna e flora. O Pantanal depende das suas nascentes para manter o seu rico ecossistema e preservá-las é essencial. 

A iniciativa com o Chico Bento é mais um importante passo para a mobilização da sociedade como um todo na conservação do bioma. “Queremos que o Pantanal siga encantando várias gerações, assim como os desenhos do Mauricio de Sousa. Por isso, acreditamos que o Chico Bento ajudará o WWF com a influência que exerce sobre as pessoas, transmitindo noções de sustentabilidade e preservação ambiental”, explica Ciça Wey de Brito, CEO do WWF-Brasil.

Para a Mauricio de Sousa Produções, fazer uma parceria com uma ONG de renome internacional com um extenso histórico de preservação da natureza é motivo de orgulho, ainda mais por ser uma causa nobre como a conservação das nascentes do Pantanal. "A intenção é que novas ações sejam desenvolvidas a partir dessa importante parceria para a conscientização de toda a população", comenta Mauricio de Sousa.

Ações de conservação no Pantanal

Encomendada pelo WWF-Brasil e divulgada no fim do ano passado, uma pesquisa realizada pelo Ibope em 26 estados apontou que duas em cada três pessoas não sabem identificar em qual região do país está localizado o Pantanal. Por outro lado, na opinião de 82% dos entrevistados, a união de esforços entre governos, empresas e sociedade é a forma mais adequada de preservação da região. 

Visando melhorias para o Pantanal, o WWF-Brasil participa da construção de um pacto inédito que envolve governos municipais, estaduais e federais, setor privado e instituições da sociedade civil para restaurar as cabeceiras do rio Paraguai e seus afluentes. A região escolhida para a construção do pacto abrange 25 municípios e é responsável por 30% da água que vai para a planície pantaneira e por isso é conhecida como caixa d’água do Pantanal.

O WWF-Brasil tem como experiência-piloto o Movimento pelas Águas do Rio Cabaçal, um trabalho de mobilização e conscientização iniciado em 2009 em uma das áreas de fundamental importância para a região. A nascente que apresentava um grave estado de degradação foi recuperada e teve a qualidade de água elevada para níveis aceitáveis. A intenção é que esse projeto incentive outros munícipios em todo o País.

23 de abr. de 2014

REDUÇÃO DE TAMANHO E DE PROTEÇÃO DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO BRASILEIRAS: 52 MIL KM2

Brasil já perdeu 5,2 milhões de hectares de Unidades de Conservação

Estudo recente publicado na revista científica Conservation Biology aponta que entre os anos de 1981 e 2012, foram executadas 93 alterações em Unidades de Conservação (UCs) de 16 Estados brasileiros, grande parte delas resultou na redução dessas áreas. 
Conduzido por três estudiosos brasileiros, o estudo utilizou uma metodologia da WWF, a PADDD, que categoriza essas alterações em extinção total da UC, redução de tamanho e redução do nível de proteção. Dentro das 93 alterações encontradas, destacam-se as que resultaram na perda de proteção legal de 5,2 milhões de hectares, uma área maior que o Estado do Rio de Janeiro.

A pesquisadora do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) Elis Araújo, co-autora do estudo, diz que esses dados de redução refletem uma mudança na política de Áreas Protegidas no Brasil. “A partir de 2008, essas alterações se tornaram mais frequentes, sendo que 74% delas ocorreram  entre 2008 e 2012”, comenta.

Entre os anos de 2010 a 2012, um total de 19 Unidades de Conservação sofreram redução de limite ou de proteção por conta de empreendimentos de geração ou transmissão de energia. “O enfraquecimento da proteção dessas áreas de floresta compromete sua capacidade de entregarem à sociedade uma série de benefícios”, alerta a pesquisadora.

O estudo destaca os serviços ambientais providos pelas Ucs e seu potencial econômico. Estima-se que a criação e manutenção de Ucs no Brasil sequestra pelo menos 2,8 bilhões de toneladas de carbono anualmente, ajudando a reduzir o efeito estufa, além do potencial de acomodar 20 milhões de visitantes por ano com a possibilidade de gerar um impacto econômico de aproximadamente U$ 1,1 bilhão.

Fonte: Imazon


21 de abr. de 2014

QUE MARAVILHOSO (E MISTERIOSO) MUNDO!!!

[Reproduzido de BBC News, on line]

Insetos fêmeas com pênis foram descobertos no Brasil - o primeiro exemplo de um animal com genitália do sexo-invertida, os cientistas dizem.
Neotrogla fêmeas inserem o órgão eréctil em abertura semelhante à vagina, no macho.
A estrutura elaborada, apelidada de "ginossoma", é usada para sugar esperma e fluido seminal nutritivo. A cópula dura um impressionante 40-70 horas.



"Embora a reversão do papel-do-sexo tenha sido identificada em diferentes animais, Neotrogla é o único exemplo no qual o órgão penetrador é também reversível", afirmou o autor da pesquisa, Kazunori Yoshisawa,  da Universidade de  Hokkaido, Japão.

Quatro espécies do gênero Neotrogla com tal flexibilidade de sexo, foram encontradas em caverna no leste do Brasil.
Uma vez penetrando no macho, a parte membranosa do ginossoma da fêmea infla. Ela tem numerosos espinhos que mantêm os dois insetos juntos. Quando os pesquisadores tentaram separá-los, o abdômen do macho rompeu do tórax, sem interromper a cópula.


[O artigo completo, em inglês, está reproduzido em www.ecologyintofocus.blogspot.com]

19 de abr. de 2014

BRASIL: LOCAL MAIS PERIGOSO DO MUNDO PARA ATIVISTAS AMBIENTAIS

Brasil é responsável por metade das mortes de ambientalistas no mundo


[Artigo completo em    www.amazonia.org.br]

Já se passaram mais de 25 anos da morte de Chico Mendes, o humilde seringueiro do Acre (norte brasileiro) que se converteu em símbolo internacional da defesa do meio ambiente.  E o Brasil, país onde foi ele assassinado por tentar que os especuladores não destruíssem a Amazônia, continua sendo o local mais perigoso do mundo para os ativistas ambientais.  A afirmação faz parte do relatório da ONG Global Witness, apresentado nesta terça, que reuniu os assassinatos de defensores do meio ambiente em todo mundo entre 2002 e 2013.  Sua conclusão é devastadora: o número de mortes não deixa de crescer.  Dos 908 casos que pôde documentar a organização em 35 países, 448 se produziram no Brasil (49,33%).

Em 2002 foram registrados 51 assassinatos. Em 2012, o pior da série, foram 147. Os autores do relatório reconhecem que a informação é escassa e seguramente seus dados só mostrem a ponta do iceberg. Afirmam, por exemplo, que é muito provável que países africanos como Nigéria, a República Democrática do Congo, a República Centro-Africana ou Zimbábue também estejam sendo afetados, mas sua metodologia de trabalho —baseada em documentação confiável e na verificação dos dados por parte de parceiros locais— não permitiu fazer uma análise exaustiva. Daí que as piores cifras estejam na América Latina e na Ásia, onde puderam contrastar a informação. Brasil, com 448 assassinatos, é seguido por Honduras, com 109, e Filipinas, com 67.

O relatório ressalta um dos aspectos que já destacou em 2011 a Relatora Especial da ONU sobre a situação dos defensores dos direitos humanos, Margaret Sekaggya: a impunidade. A organização só tem conhecimento de que tenham sidos julgadas e condenadas 10 pessoas por estes mais de 900 crimes. “Existem poucos sintomas mais determinantes e óbvios da crise ambiental mundial que um dramático aumento no assassinato de cidadãos que defendem os direitos sobre a terra ou o meio ambiente. No entanto, este problema que está se agravando tão rapidamente está acontecendo praticamente desapercebido e, na grande maioria dos casos, os responsáveis estão saindo livres”, assegura Oliver Courtney, porta-voz da Global Witness. Em seu relatório, a relatora da ONU reuniu casos de detenções e assassinatos de defensores dos direitos humanos que protestavam por questões relacionadas com os recursos naturais e os direitos sobre a terra. “Pertencem em sua maioria a populações indígenas e minorias”, assinalou. E são “mais vulneráveis pois as áreas onde trabalham são remotas”.

[...]

17 de abr. de 2014

ÁREAS FRAGMENTADAS NA AMAZÔNIA EM CONDIÇÕES DE SECA, SÃO MAIS SUSCETÍVEIS A INCÊNDIOS

A floresta marcada a fogo
Vandré Fonseca - 15/04/14

[Reproduzido de www.oeco.org.br]


Área degradada submetida à queima experimental

Manaus, AM – As previsões de modelos climáticos para o futuro da Amazônia já são ruins, indicando a ocorrência de fenômenos extremos, de secas e cheias, mais intensos e frequentes. Agora, um artigo publicado na revista científica americana Proceedings of the National Academy of Science demonstra que incêndios florestais em áreas fragmentadas, em anos de secas extremas, podem degradar permanentemente a floresta.

O estudo foi liderado pelo engenheiro florestal brasileiro Paulo Brando, do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), e apresenta resultados de experimentos realizados ao longo de 8 anos.
Uma área no Alto Xingu, sudeste da Amazônia, foi submetida repetidamente a queimadas, para se conhecer como a mata reagia aos incêndios. Os pesquisadores já haviam concluído que a floresta era muito resistente ao fogo. Mas após um ano de seca acima da média, eles descobriram que os efeitos das queimadas eram piores do que eles estavam imaginando.

"Depois da queimada experimental de 2007, observamos uma mudança drástica na floresta. Ou seja, a resposta de florestas ao fogo não é linear. Prolongadas secas causam incêndios florestais mais intensos e extensos, que consomem mais florestas na Amazônia do que imaginado", afirma Paulo Branco.

Imagens de satélite da Agência Espacial Americana, a Nasa, indicam que em 2007 as queimadas consumiram 10 vezes mais florestas do que em anos considerados normais. Naquele ano, a temperatura na região do Mato Grosso havia ficado 2,5 graus Celsius acima da média e o volume de chuvas caiu 20%.

A bióloga Marcia Macedo, do Woods Hole Research Center e pesquisadora associada do Ipam, destaca os efeitos do desenvolvimento da agricultura, que fragmenta a floresta em áreas menores. "Estas floresta fragmentadas são mais propensas a serem invadidas por gramíneas inflamáveis, o que aumenta ainda mais a probabilidade e a intensidade de incêndios futuros", afirma.

De acordo com os pesquisadores (veja link para o resumo do estudo, em inglês), o fogo provocou mudanças profundas na estrutura, no funcionamento e na composição da floresta. Estas mudanças tornaram a floresta mais susceptível ao fogo. O calor excessivo torna o solo mais seco, fazendo com que as árvores não consigam absorver água e tenham mais dificuldade para se manterem vivas. A reação é liberarem mais folhas e galhos, que acabam se tornando combustível para as queimadas causadas pelo homem, proposital ou acidentalmente.

Michael Coe, também do Woods Hole Research Center e um dos autores do artigo, salienta que nenhum dos modelos utilizados para medir a saúde futura da floresta amazônica inclui o fogo. "Então a maioria das previsões subestimam a quantidade de árvores mortas e superestimam a saúde global da floresta", afirma. "Os nossos resultados mostram que mudanças climáticas podem ter ainda mais efeitos na dinâmica de florestas da Amazônia", diz Brando.

As previsões pessimistas destacam a importância de um remédio já conhecido: cuidar da floresta. "A redução na fragmentação da floresta e nas fontes de ignição poderiam diminuir os efeitos do fogo nas florestas da Amazônia", resume Brando.




15 de abr. de 2014

DÍVIDA DOS EMPREENDEDORES DA USINA BELO MONTE COM A SOCIEDADE LOCAL. PRINCIPALMENTE COM OS INDÍGENAS

Infográfico mostra que das 14 condicionantes não atendidas de Belo Monte, 11 são indígenas

O material inédito produzido pelo ISA - Instituto Socioambiental mostra que do total de 54 condicionantes necessárias para autorizar a operação da Usina de Belo Monte, no Pará, só 15 são avaliadas pelos órgãos fiscalizadores como satisfatoriamente atendidas.  Do total de 14 condicionantes classificadas como não atendidas, 11 são referentes aos povos indígenas afetados.  A maioria das obrigações consideradas como não atendidas pelos órgãos de fiscalização são ações de natureza preventiva que deveriam ter sido atendidas antes do início da instalação da usina, e que depois de três anos de construção ainda apresentam irregularidades.  Veja todos os detalhes em:

http://amazonia.org.br/2014/04/infogr%C3%A1fico-mostra-que-das-14-condicionantes-n%C3%A3o-atendidas-de-belo-monte-11-s%C3%A3o-ind%C3%ADgenas/


14 de abr. de 2014

SOJA NO AMAPÁ: ANTES DE SER SOLUÇÃO PARA PRODUÇÃO, PROBLEMAS FUNDIÁRIOS E DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL PRECISAM SER RESOLVIDOS

Cerrado do Amapá pode se tornar nova fronteira agrícola

Equipe da Embrapa e produtores de grãos no Cerrado do Amapá; área de soja alcançou 6 mil hectares no ano passado

Depois do Tocantins, o Amapá desponta como nova fronteira agrícola na região Norte do país. Com boas condições climáticas e solo fértil, o Cerrado amapaense tem despertado o interesse de pequenos e médios produtores e até de grandes grupos vindos de regiões tradicionais.

A localização estratégica do Estado e a ampliação do porto de Santana pela Companhia Norte de Navegação e Portos (Cianport) representam outro atrativo para os agricultores, sobretudo de Mato Grosso, interessados em escoar parte da safra de grãos pelo rio Amazonas como alternativa para reduzir custos de logística. O avanço do agronegócio, porém, preocupa o governo. As terras para plantio são limitadas e fazem divisa com a Floresta Estadual do Amapá (Flota).

Os primeiros plantios de soja na região foram em 2001 e envolviam apenas 200 hectares. A chegada de produtores com capacidade de investimento e tecnologia há dois anos mudou o cenário.

De 2012 para 2013, a área plantada com grãos passou de 2,4 mil para 10 mil hectares, enquanto a produção de grãos passou de 7,6 mil toneladas para 25 mil toneladas no período, segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Considerando apenas a soja, a área saiu de 1,6 mil hectares em 2012 para 6 mil hectares ano passado – a produção avançou de 4,2 mil toneladas para 15 mil toneladas no mesmo período. Ainda que tenha sido um marco para o Estado, é quase nada quando se pensa na área e na produção do Brasil.

A Embrapa estima que em 2014 a área plantada com grãos possa chegar a 20 mil hectares. Projeções para daqui a 20 anos mostram que a área deve atingir o potencial máximo, com 200 mil hectares. Hoje, as áreas de Cerrado aptas a cultivos correspondem a 932 mil hectares ou 6,5% do território do Amapá. “Desses quase um milhão, temos que descontar 50% de áreas de preservação permanente e 140 mil que pertencem a uma empresa japonesa que planta eucalipto”, explica o analista da Embrapa Amapá, Gustavo Spadotti Castro.

O potencial limitado, contudo, não tem sido um fator inibidor. Um levantamento realizado pela Embrapa com 15 dos principais produtores do Estado revela que 47% têm mais de 30 anos de experiência no setor. A maioria, inclusive, tem como origem Estados com larga tradição no agronegócio, como Rio Grande do Sul, Paraná e Minas Gerais.

O Cerrado amapaense também chamou a atenção de grandes empresas. Recentemente, representantes da Sperafico e da Coopave l sondaram analistas da Embrapa sobre as peculiaridades da região. O aumento da procura, por outro lado, levou a uma valorização das terras. Há dez anos, explica Castro, um hectare custava R$ 50. Em 2011, já tinha pulado para R$ 500. “Hoje, não sai por menos de R$ 3 mil nos melhores lugares”, diz.

“As perspectivas são positivas para o agronegócio no Amapá. Há uma demanda crescente por conhecimento e tecnologia”, afirma o pesquisador-chefe da Embrapa, Jorge Yared, que aponta o porto de Santana como um diferencial para empresas interessadas no mercado externo. O governo do Estado, por exemplo, calcula que a rota pelo Rio Amazonas proporcionaria uma redução de 30% nos custos de frete para produtores de Mato Grosso. O Estado exporta hoje 70% da produção pelos portos de Santos (SP), Paranaguá (PR) e Vitória (ES). De acordo com dados do Instituto mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), seria possível transferir 50% dessa carga com a viabilização dos portos no Norte, incluindo Santana.

Apesar do otimismo, Yared diz que o aumento da produtividade do setor primário amapaense ainda depende do avanço do Estado na solução de problemas como a distribuição de terras, a situação fundiária e o licenciamento ambiental. “Uma coisa está amarrada à outra. É importante para os produtores, inclusive, para quem quer comercializar fora, ter esses aspectos legalizados”.

Por isso o governador Camilo Capiberibe (PSB) deve apresentar neste mês um zoneamento ecológico do Cerrado. Com as informações detalhadas, pretende mapear as áreas de preservação e as que de fato podem ser usadas para o plantio de grãos. “Até porque há uma expectativa de que, além da venda de commodities, o agronegócio possa agregar valor e movimentar outras cadeias produtivas”, ressalta o pesquisador.

A despeito dos benefícios, Capiberibe teme o avanço da agricultura sobre as florestas dado o potencial limitado de terras do Cerrado e o fato das duas regiões serem fronteiriças. O Amapá é o Estado mais preservado do Brasil, com 73% de áreas de conservação ambiental e terras indígenas. “É possível conviver floresta e agronegócio? A resposta Mato Grosso fornece para gente. O histórico de ocupação de terras no país na expansão da fronteira agrícola se dá contra os interesses ambientais e dos pequenos proprietários. Por isso nosso projeto de concessões florestais enfrenta tanta resistência”, afirma o governador sobre a proposta de conceder entre 1 milhão e 1,5 milhão de hectares da floresta amazônica para uma empresa regularizar a extração madeireira.

Capiberibe ressalta que o projeto vai ajudar o Estado a gerar emprego e renda para a população. A área de concessão florestal do Amapá não será licitada toda de uma vez, mas sim ao longo de dez anos, em lotes de 100 mil hectares anuais. A empresa vencedora da licitação fará o plano de manejo e poderá explorar a região por um período de até 40 anos. Cada lote pode gerar uma receita de R$ 3,5 milhões anuais, chegando a R$ 35 milhões no décimo ano.

Os recursos, segundo o governador, serão distribuídos entre o Estado, municípios e um fundo de desenvolvimento florestal, para atender as comunidades atingidas. Em dez anos, deve gerar uma receita de R$ 192,5 milhões. Trata-se de um montante significativo para um Estado que, em 2013, teve receitas tributárias próprias estimadas em R$ 735,2 milhões dentro de um orçamento de R$ 4 bilhões, composto principalmente por transferências federais (R$ 3,2 bilhões).

Em novembro foi publicado um pré-edital de licitação. O documento definitivo deve ser lançado no fim de abril em meio a resistência de deputados estaduais que questionam a legalidade da Flota desde que o governo anunciou a proposta de concessões florestais. Aprovada de forma unânime em 2006, a lei que criou a floresta estadual quase foi revogada em fevereiro pela Assembleia Legislativa.

A votação de um projeto de revogação, de autoria do deputado Eider Pena (PSD), foi adiada por recomendação do Ministério Público. O parlamentar alega que há inconstitucionalidades no projeto. Diz, por exemplo, que seis mil pessoas podem ser expulsas da floresta com o início do manejo madeireiro. A diretora-presidente do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Ana Euller, contesta os números apresentados pelo deputado.

“Estudos declaratórios mostram que há 400 famílias. E como moram lá desde antes da criação, vão ter o direito de ficar na floresta, conforme determina a própria lei”, afirma Ana, que vê motivações eleitorais na oposição dos parlamentares. “Ninguém se preocupou com os pequenos agricultores há oito anos quando a Flota foi criada. Questionam agora que temos recursos e planos de manejo e de regularização fundiária”, acrescenta. A floresta engloba uma área de quase três milhões de hectares. Passa por 10 dos 16 municípios amapaenses.

Por Fernando Taquari
Fonte: Valor Econômico 


2011-2014: PARA QUEM PENSA QUE O DRAMA DE FUKUSHIMA ACABOU

Fukushima registra vazamento de 203 toneladas de água radioativa

[BAND NEWS on line 14/04/2014  07:45]

Mais um incidente é registrado na usina nuclear de Fukushima, no Japão, com vazamento de toneladas de água radioativa.

A operadora do complexo afirma que a carga de água com alto índice radioativo foi tratada de maneira errada, por isso ocorreu o vazamento.Primeiro, as 203 toneladas de água contaminada foram extraídas dos reatores por bombas que não deveriam estar funcionando. Depois, a substância foi levada para tanques que não estavam preparados para receber o líquido contaminado por césio, que se espalhou pela área da usina, mas sem risco de atingir o mar ou a parte externa.Desde o terremoto seguido de tsunami, em março de 2011, a usina de Fukushima tem sido palco de um difícil processo de estabilização, com seguidos acidentes com vazamento de água radioativa.


7 de abr. de 2014

REDUÇÃO DO VOLUME DO RIO S. FRANCISCO... JÁ!? ANTES DA TRANSPOSIÇÃO???

Redução do volume do Rio São Francisco afeta economia e população do Nordeste

Setores como a agricultura, prejudicada pela menor disponibilidade de água para irrigação, a navegação e a pesca têm sofrido prejuízos devido à queda do nível do São Francisco. “Queremos saber se, mesmo com essa estiagem prolongada, há possibilidade de aumento da vazão. O governo tem como prioridade a produção de energia elétrica, mas a baixa vazão do São Francisco traz graves consequências para a população que depende do rio”, disse o senador.

Desde abril do ano passado, a Agência Nacional de Águas (ANA), em articulação com o Operador Nacional do Sistema Elétrico, autorizou a redução da vazão que sai dos reservatórios de Sobradinho e Xingó de 1.300 metros cúbicos por segundo para 1.100 metros cúbicos por segundo. A resolução foi prorrogada até 30 de abril.

A medida foi adotada devido à necessidade de preservar o armazenamento de água nos reservatórios e, assim, atender à demanda de produção de energia do Nordeste, pois o menor volume de chuvas na região devido à seca nos últimos anos tem resultado em baixos níveis do Rio São Francisco.

O diretor de Operação da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), Mozart Bandeira Arnaud, reconheceu que a redução de vazão de água traz problemas para a atividade econômica, mas alertou que a queda no nível de água liberado pelas usinas é fundamental para a segurança hídrica da região e não apenas para a produção de energia.

O vice-presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, Wagner Soares Costa, destacou que as reduções emergenciais de vazão tornaram-se recorrentes e não há estudos “dos impactos ambientais, sociais e econômicos dessa redução”. Ele acredita que a medida da ANA é voltada prioritariamente para a segurança energética em detrimento de outros usos da água.

O coordenador-geral do Fórum Sergipano de Comitês de Bacias Hidrográficas, Luiz Carlos Souza, também manifestou preocupação. “A lei diz que a água deve ser compartilhada pelos múltiplos usos, mas percebemos que a produção de energia tem prioridade. Mas em situação de escassez, a lei diz que a prioridade é do abastecimento humano e animal”. Segundo ele, a sociedade deve ser ouvida pelo governo federal nas decisões sobre redução da vazão do rio.

O superintendente de Usos Múltiplos e Eventos Críticos da ANA, Joaquim Gondim Filho, informou que a agência promove sistematicamente reuniões entre os usuários e os principais interessados em que se busca entendimento para que usos prioritários como abastecimento, irrigação, navegação e todos os demais usos sejam respeitados no que for possível. “Isso é feito de maneira a conciliar os interesses de todos os usos e levando em conta as questões ambientais”, disse. (Fonte: Agência Brasil)

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CHEIA EM RONDÔNIA: APÓS A "TEMPESTADE"... A CÓLERA?

[Reproduzido de www.amazonia.org.br]

Fiocruz investiga suspeita de cólera em Porto Velho

Com o agravamento da enchente em Porto Velho as autoridades de saúde estão em alerta para o surgimento de doenças transmitidas pela contaminação das águas. Há muito lixo e animais mortos, diz a Defesa Civil.

A Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, está analisando uma bactéria, que pode transmitir a cólera, encontrada numa comunidade ribeirinha do Distrito de Jaci-Paraná, a 100 quilômetros da capital de Rondônia. Os poços artesianos do local foram lacrados, disse a prefeitura.

Conforme dados das secretarias municipal e estadual de Saúde de Rondônia, de janeiro a março foram registrados 6.500 casos de diarreia no Estado, sendo 1.509 no município de Porto Velho.

Na capital, que está sob decreto de calamidade pública, na última semana foram notificados 128 casos da doença. Não há registros de óbitos no Estado.

O estudo da Fiocruz pode determinar que tipo de diarreia atinge a população. Equipes da fundação, da Força Nacional de Saúde e da Marinha estão em Rondônia apoiando o Plano de Contingência para evitar a proliferação de doenças transmitidas por veiculação hídrica (por meio da água).

Segundo a médica epidemiologista Arlete Baldez, coordenadora da Agência Estadual de Vigilância Sanitária (Agevisa), a Fiocruz analisa se a bactéria encontrada é dos tipos que provoca a cólera. “Existem várias bactérias que causam diarreia aguda, mas a cólera é por conta dos vibrios 01 e 0139. Estamos aguardando a análise e torcendo para não ser (positivo)”, afirmou.

A cólera é uma diarreia aguda causada por uma bactéria denominada vibrião colérico (Vibrio cholerae), que pode matar. É transmitida pela ingestão de água ou alimentos contaminados por fezes ou vômitos de doentes. Os sintomas são vômitos, cólicas, diminuição da frequência cardíaca, choque e insuficiência renal.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, desde 2001 não há registros de morte por infecção de cólera no Brasil. O ápice do número de infectados pela doença aconteceu em 1994 quando foram registrados 51.324 casos. Em 1993, quase 700 pessoas morreram em virtude da doença.

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4 de abr. de 2014

MAIORES INVESTIMENTOS EM MEIO AMBIENTE, PELOS ESTADOS BRASILEIROS

Reproduzido de http://www.oeco.org.br/oeco-data/28181-quais-os-estados-que-mais-investem-no-meio-ambiente 

Quais os estados que mais investem no meio ambiente?
Daniel Santini - 03/04/14

Minas Gerais é o estado brasileiro que afirma destinar maior percentual de recursos do orçamento estadual para o meio ambiente. Esta é uma das informações sobre questões ambientais destacadas no Perfil das Informações Básicas Estaduais (ESTADIC) 2013, organizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. As informações reunidas são as declaradas pela administração das 27 unidades da federação do país e mostra discrepâncias entre o que os estados declaram investir proporcionalmente em cada uma das regiões do país. O estudo tem como ano-base 2012.

Os dados relacionados ao percentual de orçamento estadual por estado e por região organizados nos infográficos abaixo e outras informações sobre o tema estão disponíveis no documento apresentado pelo IBGE em março. Clique aqui para baixar a publicação em PDF.