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29 de jul. de 2014

ACIDENTE COM PETRÓLEO/ÓLEO NA AMAZÔNIA É PROBLEMÁTICO

Peru: Vazamento de óleo mata toneladas de peixe e afeta saúde
Barbara Fraser - 29/07/14



Esta ruptura do oleoduto de 39 anos de idade, ao norte do Peru, aterrorizou os moradores dos vilarejos Kukama ao longo do rio Marañón. As pessoas se queixam de náusea e erupções cutâneas, agravadas pelo nervosismo sobre a qualidade do peixe, as preocupações com a renda perdida e temores de que o petróleo vai se espalhar por toda a floresta tropical e seus lagos, quando a inundação sazonal começar em novembro. Cuninico, uma vila de casas de palafitas de madeira e teto de sapê, é o lar de cerca de 130 famílias, mas várias centenas de famílias de outras comunidades próximas também pescam nas proximidades.
[...]
Funcionários do governo não anunciaram oficialmente quanto petróleo bruto foi derramado. No entanto, em uma entrevista de rádio, Eleodoro Mayorga, ministro de Minas e Energia, falou em dois mil barris, equivalentes a 84 mil litros.

26 de jul. de 2014

PATATIVA-TROPEIRA (Sporophila beltoni) RECÉM-DESCOBERTA E JÁ "NATURALMENTE VULNERÁVEL"!

Ave recém descoberta no Brasil está ameaçada de extinção

Recém-descoberta...para a ciência! Conhecida vulgarmente como "patativa-do-bico amarelo"!.

Mal foi descoberta e já está em risco: captura de exemplares silvestres para abastecer mercado clandestino de aves agrava a situação do pássaro

[Reproduzido de EXAME.com]

Foto da WIKI AVES

Rio de Janeiro - O patativa-tropeira (Sporophila beltoni), uma nova espécie de ave descrita no final do ano passado no Brasil, está em perigo de extinção, alertaram nesta quinta-feira os biólogos que a estudaram e catalogaram.

"Ela já pode ser considerada globalmente em perigo de extinção", afirmou o biólogo e zoólogo Marcio Repenning da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) e um dos autores do artigo científico em que a ave foi apresentada mundialmente, que acrescentou que a captura de exemplares silvestres desta espécie para abastecer o mercado clandestino de aves agrava a situação.

De acordo com a pesquisadora Carla Suertegaray Fontana, também da PUC-RS e co-autora do artigo, a espécie é "naturalmente vulnerável", já que sua população está reduzida a 4.500 casais em idade reprodutiva. A espécie se alimenta de sementes de capins nativos e vive em campos naturais altos e de vegetação densa.

A ave é considerada nativa do Brasil e foi identificada apenas no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, assim como em algumas áreas do Cerrado, para onde migram após a reprodução na primavera e no verão.

Ela foi descrita em artigo publicado no final de 2013 no jornal especializado "The Auk" e seu nome científico, Sporophila beltoni, é uma homenagem ao ornitólogo William Belton.

A espécie sempre foi confundida com a Sporophila plumbea, uma ave da família Thraupidae com habitat em vários países sul-americanos e popularmente conhecida no Brasil como patativa. O bico amarelo, no entanto, distingue claramente o patativa-tropeira dos demais.

22 de jul. de 2014

NENHUMA NOVIDADE: SOMEM AS NUVENS E O SATÉLITE REGISTRA DESMATAMENTOS NA AMAZÔNIA

http://www.oeco.org.br/noticias/28507-desmatamento-na-amazonia-acelera-em-junho-diz-imazon

Acesse o link acima e veja toda a informação do IMAZON.

Embora, segundo o Imazon, continue ocorrendo queda no desmatamento acumulado, há registro grave, como este que se segue:

De acordo com o boletim, 27% do desmate ocorreu dentro deUnidades de Conservação. As mais prejudicadas foram a Área de Proteção Ambiental (APA) do Tapajós (68,25 km2), APA Triunfo do Xingu (51,80 km²) e a Reserva Extrativista (Resex) de Jaci Paraná (24,57 km²).



21 de jul. de 2014

INUNDAÇÕES DO RIO PARAGUAI: ALGUMA COISA A VER COM AQUECIMENTO GLOBAL (?)

Impacto de inundação no Paraguai reflete mudança climática, segundo analistas

Fonte: Agencia EFE em 05 de julho de 2014







As enormes evacuações por causa das inundações no Paraguai e em menor medida no Brasil e na Argentina são outra amostra dos efeitos da mudança climática, que eleva a frequência e intensidade de eventos climáticos "extremos", disseram à Agência Efe vários analistas.


 











Até agora há 240.125 deslocados no Paraguai pelas chuvas dos últimos meses, 50 mil no Brasil e 14 mil na Argentina.
 
O que mais chama a atenção na atual emergência não é o rio Paraguai chegar a 7,27 metros em Assunção, a cidade mais atingida, pois é um nível que está dentro da variabilidade, mas durante 15 anos o leito não ultrapassou os cinco metros, explicou o diretor de Meteorologia e Hidrologia, Julián Báez.
 
Esse longo período de estiagem fez com que as margens se enchessem progressivamente de construções precárias de famílias pobres, que ocuparam espaços "que são do rio", explicou Báez.
O agravamento das secas é um dos efeitos do aquecimento do planeta devido à emissão de gases poluentes que provocam o efeito estufa.
 
Jan van Wambeke, especialista em terra e água da Organização da ONU para a Agricultura e a Alimentação (FAO), citou como exemplo a seca sofrida no norte e centro do Chile nos últimos anos e no nordeste brasileiro.
 
"As zonas secas estão cada vez mais secas e as úmidas mais úmidas", disse, e que no Caribe a mudança do clima se manifesta com furacões mais frequentes e mais destrutivos.
 
No Paraguai as inundações foram intensificadas por quatro tempestades "extremas" registradas este ano, que caíram em questão de horas mais do que o dobro das precipitações previstas para um mês inteiro, segundo Báez.
 
Uma delas destruiu várias centenas de casas em 24 de junho na cidade de Capiatá, próxima a Assunção, e matou uma pessoa.
 
"O novo é a época em que ocorreu, no inverno", explicou Báez. O inverno austral é a época seca no Paraguai, em que até pode haver chuvas, mas de baixa intensidade.
 
Os efeitos da mudança climática se agravam com fatores ambientais locais, como o desmatamento.
 
A expansão dos gramados [gramíneas] para agricultura e pecuária, em particular as monoculturas de soja e outros grãos, reduziu as florestas no Paraguai de quase nove milhões de hectares em 1950 a 1,5 milhão de hectares atualmente, segundo a WWF.
 
Emilio Ramírez, Assessor em Desenvolvimento Sustentável e Saúde Ambiental da Organização Pan-americana da Saúde (OPS), alertou do "risco altíssimo" que os desflorestamentos maciços acarretam, pois acabam com os pantanais e as fontes de água.
 
E quem mais sofre são os pobres, como se pode ver agora no Paraguai. Eles que viviam nos bairros engolidos pelo rio em Assunção, onde agora só se distinguem os telhados das casas de tijolo, enquanto os barracos já são invisíveis.
 
Muitos de seus residentes tinham emigrado para a capital por causa da expansão dos latifúndios e da falta de apoio público à pequena agricultura familiar.
 
Os analistas também preveem que a mudança nos regimes de chuvas prejudicará os pobres que continuam a viver no campo, ao acabar com seus cultivos.
 
Por isso a FAO estimula uma transformação da agricultura tradicional para uma agricultura "climaticamente inteligente", com um aumento da produtividade e o reflorestamento,  explicou Van Wambeke. "É preciso construir resistência para enfrentar os efeitos extremos do aquecimento do planeta", disse.
 
Báez teme que no fim do ano o Paraguai viva inundações como as de agora, porque se as previsões estiverem corretas e este ano houver o fenômeno do "El Niño", o país receberia o dobro ou triplo do volume de chuvas normal para o verão.
 
 

16 de jul. de 2014

PAPAGAIO-DA-CARA ROXA: RESISTE, APESAR DE AMEAÇADO

[Reproduzido de www.oeco.org.br]


Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental(SPVS) colocou sua equipe em campo para contabilizar a população de papagaios-de-cara-roxa (Amazona brasiliensis), espécie ameaçada de extinção. Durante 3 dias, cerca de 50 pessoas se empenharam para ao fim contar mais de 7 mil indivíduos, distribuídos entre o litoral sul de São Paulo e o litoral norte de Santa Catarina.

Censo do Papagaio-de-cara-roxa é realizado desde 2003 e funciona da seguinte maneira: pesquisadores e voluntários visitam os dormitórios coletivos dos papagaios, onde os papagaios se concentram para passar a noite. Os dormitórios são ninhos artificiais feitos pela SPVS em locais de ocorrência da espécie, entre o litoral sul de São Paulo e o litoral norte de Santa Catarina. A espécie, endêmica dessa faixa litorânea da Mata Atlântica, vive em bandos e usa os dormitórios para repouso e reprodução. Para contá-los, é preciso ficar posicionado perto dos dormitórios no final do dia e ao amanhecer. As contagens são repetidas quatro vezes em cada dormitório.

Este foi o 12º Censo do Papagaio-de-cara-roxa, que reuniu cerca de 50 pessoas e foi realizado entre os dias 30 de maio e 01 de junho.

O total preciso foi de 7.451 papagaios. No litoral do Paraná foram contabilizados 5.959 aves em seis dormitórios – quase 800 indivíduos a mais na comparação com o ano passado, quando o número foi de 5.160.  Já no litoral de São Paulo, a população teve aumento de 62% de um ano para o outro: pulou de 926 para 1.492 indivíduos. Nessa região, foram visitados sete dormitórios localizados na Ilha do Cardoso, Ilha Comprida, Cananeia e Itanhaém.

Mesmo com a boa notícia, a equipe da SPVS segue cautelosa. De acordo com Elenise Sipinski, bióloga e pesquisadora responsável pelo projeto, apesar do aumento nos números, a população ainda é estável. “Para considerarmos um crescimento, os dados precisam ser mantidos durante os anos. O fato de a população não ter diminuído já revela que os esforços para a conservação vêm sendo positivos para a espécie”, afirma.

Segundo a SPVS, a maior área de concentração do papagaio-de-cara-roxa são as unidades de conservação de proteção integral localizadas no litoral paranaense, como o Parque Nacional de Superagui, em Guaraqueçaba, e a Estação Ecológica Ilha do Mel, em Paranaguá. “Foram quatro mil indivíduos registrados no interior dessas unidades, ou seja, quase 70% da população total”, diz Sipinski.

Sem registro


O papagaio-de-cara-roxa só existe na
 Mata Atlântica,  e estima-se que a sua população total seja de 8 mil indivíduos. A espécie é classificada Vulnerável pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).O dormitório localizado em Guaratuba, Paraná, foi o único dessa edição onde durante três dias nenhuma ave foi encontrada.  Para Elenise, o a explicação é a região já ter sido alterada no passado e a espécie alvo de captura. “Voltaremos em breve para nos certificar da situação”, diz. 

No litoral de Santa Catarina, área também considerada como de ocorrência da espécie, desde 2011, a equipe vem buscando registros. Para Maria Cecília Abbud, bióloga e integrante do projeto, a “ausência das aves pode indicar a diminuição do habitat da espécie em virtude de alterações do espaço”.

14 de jul. de 2014

2014: ANO LIMITE PARA A "APLICAÇÃO DO PNRS-PLANO NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS"

Há ainda, muito a ser feito.

[Tema e trechos reproduzidos de  www.oeco.org.br]

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm



Os links acima referem-se, respectivamente, à Lei nº 12.305/10 instituindo a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS),  regulamentada pelo Decreto 7.404/10

Nos últimos dez anos, a população do Brasil aumentou 9,65%, enquanto que, no mesmo período, o volume de lixo cresceu mais do que o dobro disso, 21%. Esta enorme geração de lixo, entretanto, não é acompanhada de um descarte adequado. De acordo com dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), só em 2012, dos 64 milhões de toneladas de resíduos produzidos pela população, 24 milhões (37,5%) foram enviados para destinos inadequados.
A lei ainda cria metas importantes para a eliminação dos lixões (até 2014); determina a elaboração de um Plano Nacional de Resíduos Sólidos com ampla participação social, contendo metas e estratégias nacionais sobre o tema; prevê a criação de um Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (SINIR), com o objetivo armazenar, tratar e fornecer informações que apoiem as funções ou processos de gestão do resíduos; prevê a criação de planos de gestão integrada de resíduos sólidos e os planos de gerenciamento de resíduos sólidos nos níveis estadual, municipal e regional; além de impor que empresas elaborem seus Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.

Um (mau) exemplo: o aterro sanitário de Seropédica, o herdeiro de Gramacho, Rio de Janeiro

Atualmente, o lixo produzido na região metropolitana do Rio de Janeiro – estimado pela Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) em cinco mil toneladas de lixo domiciliar e três mil toneladas de lixo coletado nas ruas a cada dia - é enviada ao CRT Santa Rosa, no município de Seropédica. O aterro sanitário, inaugurado em 2011, agora ostenta o título de “maior da América Latina” que outrora pertenceu a Gramacho, mas tem equipamentos mais modernos que o antecessor, como, por exemplo, uma estação de tratamento de chorume (líquido resultante da decomposição do lixo orgânico) que, segundo a SEA, foi inaugurada em 2013.

A escolha de Seropédica, entretanto, também é alvo de críticas. Em sua tese de doutorado, Cícero Pimenteira, pesquisador da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), trata o aterro como “um erro no planejamento estratégico do estado” e lembra que ele está “situado sobre o Aqüífero Piranema e próximo ao rio Guandu, principal responsável pelo abastecimento de água do Rio de Janeiro”.

Sérgio Ricardo vai além: “Está vazando chorume no Aqüífero Piranema, que tem capacidade para abastecer aproximadamente 600 mil pessoas e seria o grande manancial do estado. Uma grande tarefa para o futuro seria preservar o Aqüífero Piranema, mas, em vez disso, o Rio de Janeiro está enterrando lá dez mil toneladas de lixo por dia”, diz.

13 de jul. de 2014

MICROPLÁSTICOS NOS OCEANOS CAUSAM DANOS À VIDA MARINHA

Pesquisadores advertem que só drástica ação para eliminá-lo na fonte, vai proteger fauna marinha para as gerações futuras.

[Reproduzido de The Independent, Londres]

Poluição dos oceanos por pequenos pedaços de detritos de plástico é agora tão difundida que a ação radical apenas para eliminar os resíduos na fonte pode limitar ainda mais danos à vida marinha selvagem, de acordo com os cientistas.

Contas (bolinhas) de plástico são geralmente invisíveis a olho nu e podem entrar na cadeia alimentar através dos peixes.
[...]

A maioria das pessoas está ciente da poluição visível plástica como garrafas descartadas e outros resíduos itens aparecendo nas praias, mas são os  plásticos invisíveis que provavelmente representam os maiores riscos para os animais e plantas, afirmam cientistas marinhos Karen Lavander Law e Richard Thompson. E avisam que o problema só vai piorar se não forem tomadas medidas drásticas para coibir a venda de produtos plásticos descartáveis em todo o mundo e acabar com a idéia de que os resíduos de plástico podem ser simplesmente jogados fora.
[...]

Microplastics são facilmente ingeridos por peixes, mexilhões e outros animais marinhos, e há crescente evidência científica ligando-os à passagem dos produtos químicos mortais, persistentes através do ambiente, tais como o pesticida DDT e PCBs tóxicos, tornando-os mais concentrados quando entram em contato com a vida marinha.

Professor Thompson, um biólogo marinho da Universidade de Plymouth, primeiro cunhou o termo microplastics em 2004. Inclui artigos de plástico maiores que foram degradados para menores tamanhos, bem como pequenos micro-grânulos plásticos usados para esfoliar a pele em sabonetes, cremes e outros produtos, que são deliberadamente concebidos para ser lavado pelo ralo.
[...]

A Sociedade para Conservação Marinha (Inglaterra) estima que que a quantidade de plásticos no mar supera em muitas vezes à existente há 20 anos passados. Um levantamento feito por essa sociedade estimou 2.309 pedaços de resíduos para cada quilômetro de praia na costa britânica. Recorde dos últimos 10 anos.


10 de jul. de 2014

GOVERNO DA NAMÍBIA AUTORIZA CAÇA A ELEFANTES RAROS DO DESERTO

Reproduzido de

Caça ilegal ameaça a sobrevivência dos elefantes africanos, com 30.000 a 38.000 animais mortos todos os anos.
Esta atividade é geralmente ilegal. O governo da Namíbia (no sudoeste da África) emitiu agora nove licenças para caçar elefantes no deserto, dos quais talvez apenas 100 existam.

As licenças são para atirar nos machos adultos. Estima-se que restam apenas 18  destes. Em outras palavras, o movimento poderia exterminar metade deles.

O Ministro de Meio Ambiente e Turismo, no entanto, afirma que existem 600 elefantes do deserto, restantes. E que a população de elefantes deserto não é diferente dos  outros grupos de elefantes africanos, de outros países. Portanto, isso não é lá grande coisa!

Os elefantes do deserto, que só podem ser encontrados na Namíbia e no Mali, não são uma espécie ou subespécie. Eles são, no entanto, excepcionalmente adaptados a seus ambientes áridos. Os animais têm algumas diferenças morfológicas dos elefantes da savana (Loxodonta africana), mais notavelmente seus corpos mais finos e patas mais largas.
Eles também possuem um número de comportamentos únicos que não são compartilhados por nenhum outro elefante africano, tais como a escavação de poços para purificar a água para beber. Turistas viajam rotineiramente para Namíbia para trabalho voluntário na conservação dos elefantes.

A primeira dessas permissões já foi executada em 21 de junho, quando um jovem macho viril foi abatido por caçadores.


8 de jul. de 2014

INCÊNDIOS "OCULTOS" NA AMAZÔNIA: QUEIMA DO SUB-BOSQUE INVÍSIVEL AOS SATÉLITES GRAÇAS ÀS FOLHAGENS DAS ÁRVORES

Incêndios ocultos na Amazônia desafiam cientistas


7 de jul. de 2014

ANTES DA COPA "fuleco" O TATU-BOLA, ERA O TAL! MAS TUDO INDICA QUE SUA SOBREVIVÊNCIA VAI MAL!!!

A FIFA, o Fuleco e o esquecimento do tatu de verdade

[Reproduzido de www.oeco.org.br
Ensaio escrito por 
*Enrico Bernard biólogo, e professor do Departamento de Zoologia da Universidade Federal de Pernambuco, onde é responsável pelo Laboratório de Ciência Aplicada à Conservação da Biodiversidade.

 Em 2012, a FIFA e o Governo Brasileiro escolheram o tatu-bola como mascote da Copa. A FIFA determinara que comunicar a importância do meio ambiente e da ecologia era um de seus objetivos para o mundial, e a escolha do tatu-bola (Tolypeutes tricinctus) parecia perfeita: uma espécie tipicamente brasileira, carismática e cuja forma de bola remetia automaticamente ao futebol. Batizaram-no como Fuleco, junção das palavras futebol e ecologia, nome que embora não tenha agradado ao público brasileiro, reforçava sua mensagem ecológica. Conservacionistas comemoraram, afinal a escolha poderia trazer alguma esperança para a conservação do tatu-bola e de seu principal habitat. Além de toda a atenção da mídia, royalties provenientes da venda da imagem e dos produtos do mascote poderiam ser revertidos para programas de conservação. Através do Fuleco, o tatu tirara a sorte grande, entrando para o tão propagandeado – e hoje mal fadado- "legado da Copa".


Os anos se passaram, a Copa foi se aproximando nem a FIFA e nem o Governo Brasileiro tinham ideia de que esta escolha lhes colocaria em uma grande saia justa. Para entender o comprimento desta saia, é preciso entender primeiro a situação do tatu-bola. A espécie Tolypeutes tricinctus é restrita à caatinga e manchas de cerrado adjacente. Ela aparece na Lista vermelha da IUCN como Vulnerável e a recente revisão da Lista Brasileira de Espécies Ameaçadas de Extinção – a ser publicada em breve- apontará que o seu status na verdade piorou, devendo ser classificada como Ameaçada. Embora não existam estimativas populacionais na natureza, relatos de pesquisadores e moradores locais apontam que a espécie vem desaparecendo de áreas onde antes era abundante, muito em função da caça e da perda da vegetação nativa da caatinga, convertida para carvão ou degradada pelo sobrepastoreio de gado. De fato, a caatinga já perdeu 46% de sua cobertura original, e o restante encontra-se sob forte pressão humana. Para piorar a situação do tatu, a caatinga tem a menor proteção entre os biomas terrestres brasileiros, com cerca de somente 1% na forma de parques e reservas. Além de poucas, as áreas protegidas da caatinga estão em mau estado de conservação, sem orçamento ideal e com "equipes" de apenas um gestor. Em suma, a FIFA e Governo Brasileiro haviam escolhido uma espécie endêmica, ameaçada, típica de um ecossistema pouco protegido, sob forte pressão humana, e sofrendo de problemas ambientais crônicos. Uma escolha delicada.

Mascote relegado

"Como quase todas as obras relacionadas à Copa, o papel esperado para o Fuleco também parecia ter sido superdimensionado."

Com a aproximação da Copa e a falta de medidas concretas para a conservação do tatu-bola, o que era expectativa se transformou em frustração: a FIFA tinha esquecido seu mascote. Como quase todas as obras relacionadas à Copa, o papel esperado para o Fuleco também parecia ter sido superdimensionado. Havia uma sensação de algo inacabado. O legado parecia negado. Neste cenário de frustração e indignação, eu e cinco colegas, todos apreciadores do bom futebol e pesquisadores ou gestores envolvidos direta ou indiretamente com conservação da caatinga e de seus mamíferos, decidimos expor nossa opinião e fazer algum barulho. Em um artigo publicado na edição de maio da revista científica Biotropica, questionamos o abandono do tatu-bola pelos organizadores da Copa. Provocamos a FIFA e o Governo Brasileiro a honrarem compromissos previamente assumidos, e os desafiamos a assumirem mais alguns. Basicamente destacamos três pontos que se cumpridos pela FIFA e pelo Governo Brasileiro poderiam deixar algum legado de fato para o tatu bola e a caatinga:

1- Honrar com os US$668 milhões em investimentos previstos para os 46 "Parques da Copa", anúncio feito no final de 2011, mas que na prática se transformaram em menos de 2% do valor, e para apenas um terço destes parques.

2- Expandir a área protegida de caatinga com a criação de um parque para o tatu-bola. E aproveitando o clima de competição, desafiamos a FIFA e o Governo Brasileiro a assumirem uma meta ambiciosa: 1.000 hectares de caatinga declarados protegidos para cada gol marcado durante a Copa.

3- Acelerar a conclusão e publicação do Plano de Ação para a Conservação do Tatu-bola, pondo fim a uma espera de quase 20 anos por um plano formal para retirar esta espécie da lista de ameaçadas.

A menos de um mês da Copa, e contando com uma excepcional cobertura de mídia – confesso que muito maior do que poderíamos imaginar- nosso desafio rapidamente estava estampado pelos maiores veículos de comunicação do Brasil e do mundo. Dezenas de jornais e sites estampavam o esquecimento do Fuleco. As redes Facebook e Twitter ajudaram a espalhar nossa mensagem a uma velocidade impressionante. Sites de cyber-ativismo nos procuraram e propuseram que a criação do parque para o tatu-bola se transformasse em campanhas públicas (e enquanto escrevo, uma destas campanhas ultrapassou as 140 mil assinaturas). Recebemos dezenas de mensagens de colegas pesquisadores e conservacionistas nos parabenizando pela iniciativa. A Association for Tropical Biology and Conservation, a maior organização científica do mundo dedicada a assuntos de conservação tropical, transformou nosso desafio em umaresolução oficial, agregando uma voz de peso ao coro que pedia à FIFA e ao Governo Brasileiro ações concretas pela conservação do tatu-bola.

Uma resposta pífia

"Pressionada por uma agência de notícias britânica, que queria um posicionamento, a FIFA simplesmente declarou que a escolha do Fuleco "ajudou a aumentar a consciência sobre o tatu-bola e seu status de espécie vulnerável no Brasil"

Toda essa cobertura causou uma propaganda bastante negativa para os organizadores da Copa. A situação do Fuleco era agora ainda mais constrangedora. E com todo esse barulho, o que fizeram FIFA e o Governo Brasileiro? Pressionada por uma agência de notícias britânica, que queria um posicionamento, a FIFA simplesmente declarou que a escolha do Fuleco "ajudou a aumentar a consciência sobre o tatu-bola e seu status de espécie vulnerável no Brasil", complementando que seu mascote não seria "usado para promover mensagens ambientais específicas". Já o Governo Brasileiro, talvez preocupado com sua imagem como país anfitrião, acelerou seus trabalhos e anunciou no dia 22 de maio a publicação do Plano de Ação para a conservação do tatu-bola. De fato, entre as 38 ações previstas neste plano está a criação de áreas protegidas específicas para a proteção integral do tatu. A onda positiva repercutiu em outros níveis administrativos, e o Governo do Estado de Pernambuco se solidarizou com o tatu-bola e se comprometeu a criar um parque estadual para proteger a espécie e a caatinga.

Fim do jogo? Vitória? Não. Longe disso. Sabemos que ainda há um longo caminho pela frente até que a situação do tatu-bola possa ser considerada melhor. Sabemos também que a falta de recursos financeiros tem o poder de destruir boas intenções conservacionistas. Executar as ações previstas no Plano de Ação e criar áreas protegidas têm um custo, e o orçamento do Ministério do Meio Ambiente vem sendo reduzido ano após ano. Por isso, o silêncio da FIFA ainda nos incomoda bastante, principalmente considerando o volume de dinheiro envolvido.

Dinheiro sobrando

"94 minutos jogados, ou uma partida dos times mais mal colocados, pagariam o Plano de Ação do Tatu."

Esta é a Copa mais rentável da história, com um lucro estimado de cerca de 5 bilhões de dólares. Em dezembro a FIFA anunciou a criação de um fundo fiduciário que deverá ser destinado às causas sociais, o World Cup Legacy Trust, com um aporte inicial de 20 milhões de dólares. O valor arrecadado com o licenciamento de produtos do Fuleco até agora não foi divulgado pela FIFA. Tanto o fundo fiduciário quanto os royalties são recursos que poderiam ajudar na criação e implementação dos parques previstos no Plano de Ação do tatu.

Indo mais além, bancar todo o plano de ação não sairia caro para a FIFA. A premiação total na Copa soma US$ 576 milhões. As seleções que ficarem mais mal colocadas (do 17º ao 32º lugares) receberão US$ 8 milhões só por participarem. Fazendo uma conta rápida: se uma seleção fizer apenas três jogos e for desclassificada, e considerando cada partida com 90 minutos, cada minuto jogado vale U$ 29,629.00. O custo total da execução do Plano de Ação para a Conservação do Tatu é de R$ 6,3 milhões (ou cerca de US$ 2.81 milhões). Então, 94 minutos jogados, ou uma partida dos times mais mal colocados, pagariam o Plano de Ação do Tatu. Dona FIFA, não seja mesquinha! Banque o Plano de Ação para a conservação do batu-bola e coroe com um verdadeiro legado ambiental esta Copa que, até aqui, vem sendo um sucesso dentro de campo.

5 de jul. de 2014

"PRESLEY", O MAIS VELHO MACHO DE ARARINHA-AZUL MORRE, AOS 40 ANOS DE IDADE

Aos 40 anos, morre a Ararinha-azul mais velha do mundo
Daniele Bragança - 02/07/14



Há duas semanas morreu Presley, o macho de ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) mais velha do mundo. Com aos 40 anos de idade, Presley foi um dos últimos da espécie que tiveram a sorte de viver uma parte da vida na natureza. Ele foi o exemplo vivo do desastre ambiental perpetuado pelo tráfico de animais silvestres: retirado de seu habitat natural, foi vendido como animal de estimação nos Estados Unidos, até virar alvo de iniciativas oficiais de conservação, que conseguiram trazê-lo de volta ao Brasil (mas não à natureza) 15 anos depois.  

Viveu por quase 10 anos na Fundação Lymington − centro de conservação localizado no interior de São Paulo −, onde foram feitas várias tentativas de reprodução em cativeiro, sem sucesso. Em março deste ano, especialistas da Universidade de Giessen, da Alemanha, colheram sêmen de Presley por eletroejaculação. Porém, os espermatozóides tinham problemas morfológicos e de mobilidade, consequência dos problemas cardíacos e idade avançada da ave.

Presley viveu na Fundação até ser internado no Hospital Veterinário da UNESP de Botucatu, em 20 de junho. Já não se alimentava sozinho. Lá, sob cuidados veterinários, morreu no dia 25.

De acordo com a assessoria do Instituto Chico Mendes, a necropsia de Presley foi realizada no Laboratório de Patologia Comparada de Animais Selvagens (LAPCOM), da Universidade de São Paulo, e as células germinativas da ave foram preservadas (conservação de germoplasma) para serem transplantadas em outro macho, que passaria a produzir o esperma de Presley. Esta técnica já foi realizada em outros grupos de aves e é a última tentativa para incorporar o material genético desta ave no grupo das ararinhas-azuis hoje em cativeiro.

"Ele era um dos últimos indivíduos do ambiente natural. Como essa espécie é extinta na natureza, existem poucas matrizes para reprodução. Ele é muito valioso para ampliar a diversidade genética e evitar os cruzamentos entre aparentados", explica Patrícia Serafini, analista ambiental do Centro Nacional de Pesquisas e Conservação das Aves Silvestres (Cemave/ICMBio).

O ICMBio tem um plano para reintroduzir a espécie de volta no seu habitat. A ararinha-azul está extinta da natureza e só é encontrada em cativeiro.

 


2 de jul. de 2014

BOAS NOTÍCIAS SOBRE O PERIQUITO-CARA-SUJA

Nova descoberta reforça esperanças para o periquito-cara-suja



(Pyrrhura griseipectus)  O envolvimento das pessoas tem sido determinante para o sucesso do projeto de conservação do cara-suja

Dentre as aves florestais ameaçadas de extinção pela destruição de seu habitat, muitas restam ilhadas em pequenos fragmentos remanescentes de matas maiores, sem boas perspectivas de prosperar devido à consanguinidade. Para outras, a sorte não é melhor, pois são alvos de traficantes da fauna silvestre. Agora, imagine uma ave que sofre com estes dois problemas sobrepostos, acentuados por sua distribuição naturalmente restrita às sensíveis serras verdes (ou parcialmente secas), isoladas pela árida vegetação da Caatinga há milhares de anos. Pois bem, esta ave é o periquito cara-suja (Pyrrhura griseipectus), que permaneceu por 35 anos sem registros comprovados em nenhum lugar além da Serra de Baturité, no Ceará, até que em 2010 foi divulgada no ((o))eco, em primeira mão, sua descoberta em inselbergues no município cearense de Quixadá. A despeito do grau de ameaça em que se encontra, a seleção natural fez do cara-suja uma espécie resistente, pois se reproduz bem e é versátil em sua dieta. Enfim, com o mínimo de nossa ajuda ele pode continuar sua longa existência na terra.