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30 de out. de 2014

O FUTURO CLIMÁTICO DA AMAZÔNIA (em pdf) - ANTONIO DONATO NOBRE

http://www.ccst.inpe.br/wp-content/uploads/2014/10/Futuro-Climatico-da-Amazonia.pdf
Vídeo com apresentação do tema, em português:
https://www.ted.com/talks/antonio_donato_nobre_the_magic_of_the_amazon_a_river_that_flows_invisibly_all_around_us#t-8094



O cientista e pesquisador Antônio Donato Nobre, do Centro de Ciência do Sistema Terrestre do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), lança nesta quinta-feira (30/10) um relatório no qual sintetiza cerca de duzentos dos principais estudos e artigos científicos sobre o papel da floresta amazônica no sistema climático, na regulação das chuvas e na exportação de serviços ambientais para áreas produtivas, vizinhas e distantes da Amazônia.

Até o ano passado, o desmatamento acumulado na Floresta Amazônica, em 40 anos de análise, somou 762.979 quilômetros quadrados (km²), o que corresponde a três estados de São Paulo ou a 184 milhões de campos de futebol. É o que revela o relatório O Futuro Climático da Amazônia, coordenado pelo pesquisador Antonio Donato Nobre, do Centro de Ciência do Sistema Terrestre do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

O relatório reúne várias estudos feitos sobre a região e é destinado à população leiga. O objetivo é universalizar o acesso a mais de 200 estudos e artigos científicos e diminuir o que o pesquisador chama de “ignorância” sobre os problemas ambientais.

Nobre calcula que a ocupação da Amazônia já destruiu 42 bilhões de árvores, ou seja, mais de 2 mil árvores por minuto, de forma ininterrupta, nos últimos 40 anos. Somando-se o desmatamento e a degradação (que considera áreas verdes, mas inutilizadas) da floresta, a destruição da Amazônia alcança mais de 2,062 milhões de km².

De acordo com o relatório, o desmatamento pode pôr em risco a capacidade da floresta de rebaixar a pressão atmosférica, exportar sua umidade para outras regiões pelos chamados “rios voadores” e regular o clima, induzindo à seca. Os efeitos sobre a Região Sudeste, mais especificamente no estado de São Paulo, que enfrenta uma grande seca, ainda estão sendo estudados, mas Nobre acredita que parte disso seja reflexo do desmatamento da Mata Atlântica e do aquecimento climático.

“Estamos na UTI climática”, afirmou o pesquisador, comparando o problema do clima ao de um paciente internado em um hospital. Segundo Nobre, é difícil prever se o “paciente” – no caso, a Amazônia – vai reagir, embora ainda exista uma solução para o problema.

29 de out. de 2014

"SÓ SE COLHE O QUE SE PLANTA"... MAS EM CONDIÇÕES DE MAU MANEJO, PODERÁ NADA SE COLHER!!!

SAL, DESTRUINDO SOLOS FÉRTEIS - ONU

Reproduzido de BBC News


Cerca de 2.000 hectares de terra fértil são perdidos cada dia devido a danos causados pelo sal, de acordo com uma análise das Nações Unidas.

A área total afetada  é equivalente ao tamanho da França - 62 milhões de hectares - que aumentou em 45 milhões durante 20 anos.

A degradação pelo sal ocorre em áreas de terras irrigadas, secas, com pouca chuva e onde não há nenhuma drenagem natural.

O relatório é publicado no diário das Nações Unidas, Fórum de recursos naturais.

O relatório sugere plantio de árvores, aragem profunda e a produção de culturas tolerantes a sal. Ele também propõe a escavar drenos ou valas em torno do terreno afetado.
Esses métodos seriam caros, mas os autores dizem que o custo por não se agir, seria pior. Eles estimam que o custo global alcança os U$27.3 bilhões.

Muitas regiões em 75 países são afetadas, incluindo a bacia do mar de Aral, na Ásia Central, a bacia do Indo-Ganges na Índia e na bacia do rio amarelo na China, causando um impacto em muitas colheitas importantes.
Na Índia, por exemplo, o trigo, o arroz, a produção de cana-de-açúcar e algodão estão todos em risco - culturas que são vitais para a subsistência. Na bacia do rio Colorado relatórios mostraram que danos do sal poderiam custar aos E.U. até U$465 milhões por ano.
[...]
Os autores estimam que a produção de alimentos precisará aumentar em 70% até 2050 para alimentar a crescente população mundial.
Um dos métodos propostos para combater os danos já foi desenvolvido por um fazendeiro holandês. Marc van Rijsselberghe disse que ele tinha produzido batatas que podem ser irrigadas com água salgada.
Agricultor holandês afirma que a batata pode ser cultivada em solos salinos, em todo o mundo


Ele disse ao programa de agricultura, na BBC, que sua colheita pode reduzir a pressão sobre os recursos de água doce e disse que ele já tinha colhido este ano 50 toneladas de batatas tolerante à solução salina. E afirmou que a batata poderia ser cultivada em 300 milhões de hectares de terra em todo o mundo.

BRASIL:
O Sistema de Informação de Solos Brasileiros encontra-se disponível em:

Breve reportagem jornalística sobre salinização de solos no Nordeste (em Pernambuco), pode ser vista em:

25 de out. de 2014

SERÁ QUE O SONHO DA SUSTENTABILIDADE NA AMAZÔNIA ESTÁ COMEÇANDO A SE REALIZAR???

A vocação da Amazônia

Reproduzido de www.amazonia.org.br

Como a produção de açaí e essências, o reflorestamento e – acredite – as hidrelétricas podem gerar renda e emprego na região e criar alternativas econômicas que convivem bem com a floresta


O caminho de destruição da riqueza natural da Amazônia é conhecido. Começa com as madeireiras predatórias, que retiram as árvores de valor comercial. Depois vêm os carvoeiros, que queimam a vegetação restante em seus fornos. Por fim, chega o fazendeiro. Ele planta capim, solta o gado e impede a regeneração da floresta. Essa sequência de eventos dura cerca de dez a 15 anos, gera empregos e renda fugazes. Depois, em geral, deixa a região tão pobre quanto começou. O ritmo da devastação caiu 70% nos últimos dez anos, mas continua alto. No ano passado, foi equivalente a quatro vezes o município de São Paulo. Para mudar o rumo da Amazônia, não bastam mais leis severas e fiscalização. É preciso criar alternativas de negócios que gerem mais renda e trabalho com a floresta em pé. Felizmente, essas novas cadeias produtivas já vêm ganhando força. São atividades com potencial para virar vocações sustentáveis para o ambiente e para a população da Amazônia, com benefícios para o resto do país para o mundo. A seguir, alguns dos negócios mais promissores.

AÇAÍ

O verão, estação seca no Pará, vai de julho a dezembro. Nessa época do ano, o entorno da Baía do Guajará, na região de Belém, já respira açaí mal o dia começa. Nos mercados de rua que suprem o consumo local ou nas áreas ribeirinhas, tudo precisa ser feito antes que o sol esquente demais. Em Igarapé-Miri, a 78 quilômetros de Belém, boa parte da população está envolvida na cultura da palmeira de açaí. Em 2012, segundo dados da Empresa de Assistencia Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater-PA), a cidade produziu mais de 160.000 toneladas do fruto. Às margens de um igarapé, o agricultor Luiz Correa amanhece coletando açaí com os dois irmãos na pequena propriedade da família. Por volta do meio-dia, já há 20 latas (de 14 quilos cada uma) do fruto na frente da casa. “Hoje, dá para viver do açaí, e aprendemos como fazer a planta produzir sempre”, diz. “Cortamos as árvores mais velhas, retiramos o palmito, e o resto vira adubo. Sempre cuidando dos brotos, que nascem sozinhos.” Aos 23 anos, ele trabalha desde a adolescência na função. Depois que o açaí se tornou a principal renda da família, eles (Luiz, os pais, quatro irmãos e dois sobrinhos) têm uma casa mais confortável e luz elétrica. Também puderam comprar um barco maior, para que Domingos, pai de Luiz, recolha açaí nas propriedades vizinhas e revenda no porto regional.


A produção depende da floresta saudável. “Como ainda não se obtiveram sucesso e qualidade com a plantação da palmeira em áreas secas, o produto segue extrativista, para ser rentável”, afirma o pesquisador Paulo Amaral, do Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Com isso, a opção de desmatar as plantações de açaí é desinteressante. “Na monocultura, a planta fica mais sujeita a doenças e fogo. Por isso, a saída é fazer o manejo sustentável dos açaizais”, afirma João Meirelles, diretor-geral do Instituto Peabiru, ONG dedicada ao trabalho com comunidades da Amazônia. Mesmo para grandes indústrias, o caminho é o extrativismo sustentável. É o caso da Coca-Cola. No segundo semestre do ano passado, ela lançou uma bebida feita da polpa de açaí misturada com banana, pela marca Del Valle. “A premissa é respeitar o potencial local das comunidades com que trabalhamos. Avaliamos antes a disponibilidade para garantir que o produto não sofrerá quebra de safra, nem precise ser descontinuado, e isso prejudique as comunidades”, diz Claudia Lorenzo, diretora de negócios sociais da Coca-Cola.

[...]

E como o açaí, vejam outros exemplos mencionados nessa matéria:

A indústria de cosméticos e perfumes sabe, não é de hoje, que a Amazônia está cheia de ingredientes ricos e rentáveis. Uma das fragrâncias mais famosas do mundo, o Chanel no 5, usa em sua fórmula a essência do pau-rosa. Antes extraída da madeira, hoje vem de folhas dessa espécie, nativa da floresta. Nomes como andiroba, castanha-do-brasil, buriti, vitória-régia, murumuru, copaíba, cupuaçu e priprioca já são conhecidos do consumidor. Assim como o açaí, são boas alternativas para que a Amazônia dê lucro, gere emprego, s renda e permaneça preservada. Essas essências são o principal sustento de lavradores como Antônio dos Santos, de 62 anos, da comunidade de Campo Limpo, no município de Santo Antônio do Tauá, a 56 quilômetros de Belém, no Pará. Ele trabalha numa cooperativa que planta e extrai espécies como priprioca, capitiú e estoraque para a empresa de cosméticos Natura. “Antes, aqui a gente fazia queimada para plantar feijão, arroz, mandioca. Agora, sabe que dá para o sustento da terra sem destruir”, diz. “Nossos filhos queriam sair daqui para buscar dinheiro nas cidades grandes. Agora, querem continuar nosso trabalho e preservar a natureza daqui.”

23 de out. de 2014

EM GANA NÃO HÁ EBOLA, EMBORA CERCA DE 100 MIL MORCEGOS FRUGÍVOROS SEJAM COMIDOS POR ANO, COMO CARNE DE ANIMAL SELVAGEM, PELA POPULAÇÃO HUMANA


Em Gana,  os morcegos frugívoros testaram positivo para anticorpos contra o vírus do Ebola e henipaviruses, servindo assim, como um reservatório natural para o Ebola - e são utilizados como carne pelos humanos.

Autores:


Em dois estudos recentes realizados em Gana, reportamos quantas pessoas caçam morcegos para comida e dinheiro. Estimamos que mais de 100.000 morcegos frugívoros, especificamente o "palha colorido", são caçados a cada ano. A carne de morcego é importante fonte secundária de proteínas para os caçadores e as suas famílias, especialmente quando outras fontes tais como peixe ou antílope são escassos. Carne de morcego também alcança um preço bastante elevado em mercados, complementando a renda muitas vezes inconsistente de um caçador.

De todas as espécies de animais selvagens,  os morcegos apresentam questões complexas. O segundo mais diverso grupo de mamíferos depois de roedores, acolhem mais de 65 patógenos humanos conhecidos, incluindo o vírus Ebola, o coronavirus (a causa da SARS), o henipavirus (que pode causar encefalite mortal em seres humanos) e o vírus da raiva.

Os morcegos são um dos grupos de mamíferos mais vulneráveis à caça excessiva e destruição de habitat. Eles proporcionam indispensáveis funções ecológicas, tais como controle de pragas por morcegos que comem insetos, polinização e dispersão de sementes. 
A perda de morcegos, seja pela de caça ou controle de doença,quase certamente teria consequências de longo alcance e longa duração ecológicas e econômicas.

22 de out. de 2014

CAOS FUNDIÁRIO NA AMAZÔNIA É HISTÓRICO

O Programa Terra Legal e o caos fundiário na Amazônia

Reproduzido de:

Por que o maior programa para reduzir o caos fundiário da Amazônia – e evitar mortes e desmatamento – só cumpriu 15% do objetivo


Uma das maiores tragédias da Amazônia é o caos fundiário na região. A floresta poderia gerar muita riqueza de forma sustentável, com a produção de madeira, de essências ou frutos, com turismo ou até com energia e mineração. Mas nada disso pode ocorrer de forma organizada e controlada quando não há segurança sobre quem é o dono e responsável pela terra. Um estudo de 2008 do Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) mostrou que 32% das terras na região não tinham propriedade definida.

A confusão fundiária na Amazônia é uma herança histórica. São quatro séculos de ocupação territorial desordenada. Desde a política de distribuição das sesmarias do século XIX, a aquisição de terras na Amazônia tem sido feita por meio de posses. Os ciclos da borracha, a colonização do governo militar, a corrida do ouro nos anos 1980 e agora a expansão da pecuária envolveram apropriação irregular de terra pública.

O roubo de terra, batizado de grilagem, começa com a ação de madeireiras clandestinas. Elas retiram da floresta as árvores de maior valor comercial. Essa exploração, sozinha, não destrói a floresta, mas deixa a mata mais pobre. A terra sem dono atrai especuladores, que usam o dinheiro da madeira e do carvão para derrubar a mata, plantar capim e colocar gado na área desmatada. A pecuária cria uma aparência de terra produtiva e permite a falsificação de documentos de posse. Sem propriedade definida, são fadadas ao fracasso as tentativas de criar um modelo de economia sustentável na Amazônia.

Colocar ordem na floresta não tem sido tarefa fácil. Uma das esperanças é o programa Terra Legal, lançado em 2009 pelo governo federal. Quando surgiu, ele estava concentrado em 43 municípios amazônicos. Tinha como meta inicial entregar títulos de terra a 150 mil posseiros que ocuparam áreas públicas federais não destinadas a eles. Diferentemente dos grileiros, os posseiros são pequenos produtores, extrativistas, que usam a terra para plantar, sem intenção especulativa. O Terra Legal vem sendo executado em fases. Elas começam com identificação nos cartórios das glebas públicas, seguida pela medição com satélites (georreferenciamento) das terras, pela identificação dos ocupantes e pela definição do que fazer com a área. Em consulta a órgãos como a Funai, o Incra e o Ministério do Meio Ambiente, os agentes do programa determinam se é possível dar o título a quem lá cultiva ou faz extrativismo.


[Toda a matéria no link acima]

19 de out. de 2014

RIO SÃO FRANCISCO: O PREÇO DO DESPREZO

Edição do dia 19/10/2014 - GLOBO RURAL

19/10/2014 09h00 - Atualizado em 19/10/2014 09h00

Pequenos produtores enfrentam dificuldade para sobreviver em MG

Eles estão cercados pela agricultura intensiva e o desmatamento.
Sem água, os produtores não têm produção agrícola nem capim.

http://g1.globo.com/natureza/noticia/2014/10/pequenos-produtores-enfrentam-dificuldade-para-sobreviver-em-mg.html

Curto texto do vídeo que pode ser acessado no link acima:
"Estima-se que o desmatamento já atingiu dois terços da cobertura de cerrado no norte e noroeste de Minas Gerais. Quase tudo virou carvão para siderurugia. Depois, em muitas áreas, veio a ocupação intensiva com a agropecuária. Alguns grandes produtores da região foram procurados, mas não quiseram dar entrevista. Imagens aéreas mostram o crescimento do uso de pivôs. De 2012 para 2013, as permissões para a utilização da água na irrigação aumentaram 17%".

17 de out. de 2014

REDUÇÃO DE DESMATAMENTO NA AMAZÔNIA: PROMETIDO MAS...

Diminuição da taxa de desmatamento esbarra em “piso”

[Reproduzido de www.amazonia.org.br -  ver link abaixo]

O desmatamento da Amazônia desapareceu do debate eleitoral, e o governo Dilma Rousseff tem bons motivos para mantê-lo fora: a redução das taxas de destruição esbarrou num “piso” duro de romper, indica pesquisa de institutos da Suécia, da Espanha e da Indonésia.

O Brasil se comprometeu a diminuir a área desmatada a cada ano em 84%, para 3.925 km², até 2020. Chegou perto disso em 2012, com 4.571 km², mas em 2013 um repique de 29% levou a taxa a 5.891 km².

Para Dilma, foi um “aumentinho”, como disse na Cúpula do Clima em Nova York. Mas é também um sintoma de que o país pode descumprir a meta que adotou.

[Matéria completa em http://amazonia.org.br/2014/10/diminuicao-da-taxa-de-desmatamento-esbarra-em-piso/]


16 de out. de 2014

ECOLOGIA COMO CIÊNCIA DE IMPORTÂNCIA PARA O DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO AMBIENTAL

Veja as quatro razões, dentre várias outras, que fazem da Ecologia  uma ciéncia de vital importância ao tão propalado (e pouco compreendido) "desenvolvimento sustentável". [Extraído do Glossário de Ecologia].

1) SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS ENTRE ECOLOGIA E ECONOMIA

                Ecologia (palavra originada do grego “oikos” = casa; e “logos” = estudo) tem similaridades e diferenças da economia (também de origem grega, significando o manejo/ordenação/manutenção da casa).
                A respeito da economia relacionada ao meio ambiente e os recursos da Natureza em geral, devemos nos lembrar da economia ambiental (ou economia do meio ambiente) (ver este termo mais adiante).
 
                ODUM & BARRETT (2005) destacam as seguintes especificidades de ambas:
ATRIBUTO
ECONOMIA
ECOLOGIA
Escola de pensamento
Cornucopiana
Neo-malthusiana
Moeda corrente
Dinheiro
Energia
Forma de crescimento
Em forma de J
Em forma de S
Pressão seletiva
r-estrategista
k-estrategista
Abordagem tecnológica
Alta tecnologia
Tecnologia apropriada
Serviços do sistema
Providos pelo capital humano
Providos pelo capital natural
Uso dos recursos
Linear (descartável)
Circular (reciclagem)
Regulação do sistema
Expansão exponencial
Capacidade de suporte
Meta futurística
Exploração e expansão
Sustentabilidade e estabilidade
                Breve explanação sobre alguns dos termos acima (não incluídos neste Glossário como verbetes de entrada):
a)       Escola cornucopiana. Fundamentada na teoria do economista norte-americano Julian L. Simon, em 1981: futurista, acreditando que o progresso (continuo) e a provisão material para a espécie humana podem ser obtidas pelos avanços constantes da tecnologia. Nessa “linha de pensamento” acredita-se que o planeta Terra terá matéria e energia suficientes para sustentar os 9,5 bilhões de seres humanos que se preveem existir no ano de 2050.
b)       Escola malthusiana. Fundamentada na teoria do economista e reverendo inglês Thomas Robert Malthus (1766-1834) que acreditava que a população humana aumentaria numa escala geométrica e o suprimento de alimento em escala aritmética. Ocorreriam como consequência a pobreza e a fome, além de guerra e restrições morais. Os adeptos desta teoria não consideravam os avanços tecnológicos na agricultura e produção de alimento em geral. Em termos ecológicos equivale dizer que o potencial reprodutivo de um organismo (ou de uma espécie) excederia a capacidade da Natureza em sustentar seus descendentes. E assim a biodiversidade somente poderia ser preservada pelos mecanismos que mantêm a população desse organismo (ou espécie) em equilíbrio, como acontece na predação.

2) ECONOMIA NEOCLÁSSICA e ECONOMIA ECOLÓGICA

                Na primeira, seus adeptos (como o conhecido economista norte-americano Milton Friedman) asseguram que os recursos naturais são importantes, mas poderão ser dispensáveis porque a tecnologia poderá prover substitutos. Em oposição, os economistas ecológicos (como o também conhecido Herman Daly) defendem a preservação dos recursos naturais, que são insubstituíveis, como a boa qualidade do ar, água e solo. Estes economistas ecológicos acreditam que o crescimento econômico convencional poderá degradar ou exaurir várias formas do capital natural.
                Os economistas neoclássicos admitem que água e ar poluídos sejam normais, pois a tecnologia os tornará puros para consumo.

3) ECOLOGIA INDUSTRIAL
Estudo multidisciplinar dos sistemas industrial e econômico e suas ligações com os sistemas naturais. Na ecologia industrial há incorporação de pesquisas realizadas sobre materiais retirados da Natureza, suprimentos de energia, técnicas de manipulação de tais materiais e resíduos após seu beneficiamento, além de envolver profissionais de inúmeras áreas relacionadas à produção (mineração, agricultura, engenharia florestal, pesca...). Além da própria ecologia, utiliza conhecimentos das ciências básicas: físicas, químicas e biológicas. Demanda ainda conhecimentos de diversas outras áreas, como geologia, ciências sociais, economia, direito e administração.
  De acordo com a “McGraw-Hill Concise Encyclopedia of Science and Technology (2004)” os cinco conceitos-chave da ecologia industrial são (em resumo)    (i) Delineamento de produtos, processos, infra-estrutura, equipamento, serviços e sistemas de tecnologia que possam ser facilmente adaptados a inovações ambientalmente favoráveis com o mínimo de desperdício. (ii) Minimização de desperdícios de materiais e de consumo de energia em todas as atividades. (iii) Uso de alternativas menos tóxicas, o máximo possível, em particular quando os materiais residuais sejam dispersos no ambiente (um pequeno exemplo: a adição de chumbo à gasolina). (iv) Delineamento de produtos, infra-estrutura, equipamento e sistemas de tecnologia para preservar a utilidade implícita de materiais e energia no processo inicial de manufaturamento. Há aqui preferência pelos processos que estendam a vida do produto e deem suporte à reciclagem de componentes, mais do que os materiais em si. (v) Delineamento de produtos físicos em todas as escalas não apenas para realizar sua função intencionada, mas também para ser usado para criar outros produtos úteis no final de sua vida corrente.

4) NOVO URBANISMO / ECOCIDADE
                De umas duas décadas para cá novos conceitos sobre habitabilidade em cidades vem sofrendo mudanças positivas, em termos de qualidade de vida. No entanto, são poucas as cidades que vêm adotando tal posicionamento. Cita-se como exemplo mundial Curitiba (PR) (MILLER & SPOOLMAN, 2009). Algumas poucas cidades europeias e norte-americanas fazem parte dessa minoria. As ecodidades seguem o princípio de “cidades são para pessoas e não para carros”.
                Numa ecocidade predominam: (i) espaço predominante para caminhar, estando lojas e áreas recreacionais ao alcance de uns 10 minutos de caminhada, assim como existência de ciclovias; (ii)ambientes atrativos (lojas, escritórios, edifícios de apartamentos...) que agradem a todas as pessoas (de todas as idades); (iii) manutenção da diversidade arquitetônica, paisagística (diversidade de beleza cênica); (iv) sustentabilidade baseada no mínimo de impacto ambiental, permitindo manutenção da biodiversidade (presença de vida silvestre, como plantas nativas, aves e animais domésticos que possam ser respeitados e tratados como “espécies-companheiras”); (v) transporte público adequado, fácil de ser utilizado, constituindo-se em atrativo como opção segura, confortável e econômica.

Finalizo relembrando o(s) conceito(s) de desenvolvimento sustentável:
Pode ser definido como: “melhoria da qualidade de vida humana, dentro da capacidade de 
suporte dos ecossistemas”. Poderia ainda ser: “desenvolvimento visando às necessidades do presente, 
sem comprometer a disponibilidade de recursos que as gerações futuras necessitarão”. Ou: 
“desenvolvimento socioeconômico, respeitando e procurando manter as características da Natureza, 
sendo, portanto, baseado em princípios ecológicos, para exploração dos seus recursos; esperando-se com 
isso, que sejam evitados o desperdício e a degradação ambiental”.

14 de out. de 2014

RIO SÃO FRANCISCO EM IMAGENS DE SATÉLITE: ENCANTAM E ASSUSTAM!!!

As belezas do Velho Chico vistas do espaço
Paulo André Vieira - 06/10/14



Deu no Jornal Nacional: a principal nascente do Rio São Francisco está seca. Localizada no Parque Nacional da Serra da Canastra, a falta de água por lá pode não afetar o resto do rio, já que muitos outros tributários ajudam a mantê-lo, mas é simbólica quando se trata do futuro do Velho Chico. Peixes, flores e aves, o Rio São Francisco de hoje em dia é muito distante do que foi no passado.

“Era surubim, dourado, curimatá. Eram peixes grandes, peixe de 10 kg, até de 20 kg a gente já pegou. Hoje em dia isso não tem mais”, conta Florisvaldo, morador de Manga, MG, em reportagem publicada em ((o))eco em 2013.

Ver, no link mostrado acima, imagens de satélite do rio São Francisco.

2 de out. de 2014

ESTRADAS E DESMATAMENTOS NA AMAZÔNIA

Estudo reforça ligação entre estradas e desmatamento na Amazônia 


http://www.oeco.org.br/oeco-data/28557-estudo-reforca-ligacao-de-estradas-e-desmatamento-na-amazonia


A relação entre a abertura de estradas e desmatamento na Amazônia brasileira é conhecida desde a abertura da BR-230, a Transamazônica, estrada inaugurada na década de 1970 e tida como um dos projetos mais polêmicos da Ditadura Militar. A rota, que corta na horizontal a floresta, tornou-se nas décadas seguintes caminho para a devastação de largas áreas até então intocadas (leia artigo em inglês a respeito). A conexão entre novas estradas cortando a floresta e devastação com fogo para abertura de pastos, e/ou extração de madeira não é novidade (clique aqui ou use os mapas que ilustram essa reportagem para navegar na base de dados sobre o tema no Infoamazonia).

Novo estudo recente, publicado no jornal de Conservação Biológica (Biological Conversation), confirma e reforça tal ligação, considerando novos caminhos para a derrubada da mata, com a multiplicação de estradas clandestinas na região. Cruzando imagens de satélite e dados do IBGE, os autores do estudo estimam que para cada quilômetro de estradas oficiais existem cerca de três quilômetros de estradas clandestinas. E apontam que 95% do desmatamento se dá a 5,5 km de estradas ou a 1 km de rios.

[...]

[Ver o restante da reportagem no  link acima, com mais ilustrações]